Bankinter com resultados de 271 milhões de euros até junho, mais 11% não considerando a mais-valia relativa à operação da Línea Directa, e ultrapassa com receitas bancárias o anterior contributo da seguradora

21/07/2022
  • Melhores resultados com a atividade puramente bancária do que os obtidos no primeiro semestre de 2021, que incluíam quatro meses de receitas da Línea Directa.

  • Os principais indicadores de gestão refletem a solidez do banco: rentabilidade sobre capitais próprios, ROE, nos 11,6%; um rácio de morosidade de 2,11%, com uma cobertura de 65%; e um rácio de capital CET1 fully loaded de 11,9%.

  • Crescimento em todas as rubricas da conta de resultados em consequência de uma maior atividade comercial: margem de juros, +4,1%; margem bruta, +5,3%; e margem de exploração antes de provisões, +6,1%.

  • Destaque para a excelente evolução dos indicadores de negócio do Bankinter Portugal, com uma carteira de crédito que cresce 10% e recursos de clientes com crescimento de 19%, com um resultado antes de impostos de 30 milhões de euros, mais 16% do que no primeiro semestre de 2021.

21/07/2022 - O Grupo Bankinter consolida no fecho do primeiro semestre do ano a tendência de crescimento demonstrada nos trimestres anteriores, graças a uma atividade comercial sustentada em todos os negócios e geografias em que o banco opera.

 

Todas as linhas de negócio e rubricas da conta de resultados, assim como os principais indicadores, registam crescimentos em relação ao mesmo período de 2021, o que demonstra a capacidade do Bankinter para substituir com receitas puramente bancárias as receitas provenientes da Línea Direta, cuja separação do banco ocorreu no final de abril de 2021.

Assim, o Grupo Bankinter alcança a 30 de junho de 2022 um resultado líquido de 271 milhões de euros, mais 10,8% do que no primeiro semestre de 2021, e isto apesar de se incluir no período anterior quatro meses de receitas provenientes da seguradora, ainda que excluindo a mais-valia extraordinária que o banco registou pela sua entrada na bolsa. Se considerarmos apenas o resultado líquido proveniente da atividade bancária em ambos os períodos comparados, o aumento é de 32%.

Por seu lado, o resultado antes de impostos da atividade bancária alcançou os 373,9 milhões de euros, o que em termos comparáveis representa mais 30% do que no ano anterior.

Quanto aos principais indicadores de gestão, todos evidenciam a solidez e solvência da entidade e a robustez do seu balanço.

Assim, a rentabilidade sobre capitais próprios do banco, ROE, situa-se nos 11,6%, com um ROTE de 12,3%.

Por seu lado, o rácio de capital CET1 fully loaded alcança já os 11,9%, muito acima do limite mínimo exigido ao Bankinter pelo BCE, que é de 7,726%, o mais baixo dos bancos cotados em Espanha.

Quanto ao rácio de morosidade, situa-se nos 2,11% face aos 2,34% de há um ano, sem notar, para já, incidentes relevantes derivados do atual contexto económico, e no momento em que a maioria dos financiamentos com aval do Instituto de Crédito Oficial (ICOs) terminaram os períodos de carência. Importa assinalar, da mesma forma, que o banco reforçou a cobertura dessa morosidade até aos 64,7% face aos 62,5% de há um ano, com o objetivo de prevenir qualquer agravamento da conjuntura.

O rácio de eficiência reduz-se para 44,4% face aos 44,9% anteriores. E considerando apenas o Bankinter Espanha, esse rácio situa-se em 40,5%, acumulado até junho.

Quanto à liquidez, o Bankinter alarga ainda mais o seu gap comercial negativo, o que significa dispor de um volume maior de depósitos de clientes do que de créditos, com um rácio neste sentido de 108,4%, superior em 4 pontos percentuais ao de há um ano.

Dados do Balanço.

Os ativos totais do Grupo alcançam no final do semestre 111.489,7 milhões de euros, mais 8,6% do que há um ano.

O volume de concessão de crédito a clientes regista um crescimento de 8,3%, chegando até aos 72.445,9 milhões de euros. No que se refere especificamente ao negócio em Espanha, a concessão de crédito cresce 5,6% face ao aumento de 0,9% do setor, de acordo com dados até maio do Banco de Espanha.

Quanto aos recursos de clientes de retalho, alcançam os 77.546,8 milhões de euros, mais 13%. O crescimento destes recursos em Espanha é também de 13% face a um aumento de 5,6% de média setorial, também de acordo com dados até maio.

Rubricas da conta de resultados.

Todas as rubricas da conta de resultados registam melhorias significativas, como consequência de uma maior atividade comercial.
A margem de juros acumulada no final do semestre chega aos 665,7 milhões de euros, mais 4,1% do que no mesmo período de 2021, com valores trimestrais que se situam acima dos números dos últimos trimestres e com uma margem de clientes que consolida a sua tendência de crescimento.

A margem bruta, por seu turno, conclui o primeiro semestre nos 962,8 milhões de euros, com um crescimento de 5,3% no período. 69% dessas receitas provêm da margem de juros e 32% das comissões derivadas da atividade do negócio. Estas últimas somam no semestre um total de 303 milhões de euros, com um crescimento relativo ao primeiro semestre de 2021 de 15%.

A quase totalidade destas receitas provêm de negócios de gestão, intermediação e assessoramento, todos com valor acrescentado para os clientes. Assim, do negócio de gestão de ativos provêm 102 milhões de euros, com um crescimento de 11%; 77 milhões de euros provêm da atividade de cobranças e pagamentos, mais 31%; e 60 milhões de euros do negócio de valores, entre outros.

Quanto à margem de exploração antes de provisões alcança no semestre os 535,1 milhões de euros, com um crescimento de 6,1%, depois de absorver custos operacionais de 428 milhões, 4,2% superiores aos do mesmo período do ano passado.

Um negócio pujante e cada vez mais diversificado.

Todas as linhas de negócio registam valores significativos de crescimento, o que dá ideia da dinâmica comercial do banco num momento de incerteza económica e num contexto de alta competitividade entre as entidades. Este crescimento revela-se especialmente no âmbito da concessão de crédito, o que indica que o banco aumentou o seu apoio às famílias e também às empresas, financiando os seus projetos e dando suporte e assessoramento às suas necessidades.

Neste sentido, a concessão de crédito do Bankinter a empresas aumentou 7,4% sobre o valor de há um ano, alcançando um volume total de 31.000 milhões de euros. Especificamente em relação a Espanha, o crescimento do crédito às empresas é de 7,2%, muito superior ao do setor, com um crescimento médio da sua carteira de 0,9%, de acordo com dados até maio do Banco de Espanha. A nova produção de crédito a empresas neste semestre é 27% superior à do primeiro semestre de 2021. Por tudo isso, o Bankinter continua a ganhar quota de mercado neste negócio, que passa de 5,4% para 5,8%, segundo dados até maio.

Dentro dos segmentos de Empresas, continua a ser relevante a boa evolução da atividade internacional, que cada vez contribui mais para a margem bruta, com um volume de crédito específico neste negócio de 7.800 milhões de euros, mais 26% do que há um ano.

Quanto ao negócio da Banca Comercial, reflete a maior atividade do banco com os clientes particulares, que se traduziu em melhores valores de captação de clientes e no crescimento da carteira em todo o tipo de produtos e em todos os segmentos. Assim, o património gerido na Banca Privada, 50.100 milhões de euros, é superior em 7% ao de há um ano e mantém-se em números semelhantes aos do final de 2021, apesar das quedas generalizadas em todos os mercados, as quais tiveram um efeito negativo sobre o património de 3.100 milhões de euros. Não obstante, o património líquido novo captado no semestre foi de 2.900 milhões de euros.

Na Banca Personal o crescimento do património, numa comparação anual, foi de 15%, até aos 32.600 milhões de euros. O património líquido novo captado neste segmento foi de 1.500 milhões de euros no semestre, mesmo com um efeito de mercado negativo de 1.300 milhões de euros.

Todas as categorias de produtos da Banca Comercial tiveram um comportamento positivo. É o caso da Conta Ordenado, uma das principais fontes de captação do banco, cujo saldo se situa em junho deste ano nos 16.500 milhões de euros, mais 17% do que há um ano, impulsionando o seu ritmo de crescimento, apesar do surgimento no mercado de outro tipo de propostas comerciais em concorrência direta com esta.

No lado do ativo, a carteira de hipotecas residenciais soma no final deste primeiro semestre um volume de 32.800 milhões de euros, que engloba tanto as hipotecas em Espanha e Portugal, sob a marca Bankinter, como as do EVO Banco ou as comercializadas na Irlanda sob a marca Avant Money. O crescimento da carteira hipotecária em Espanha foi de 6,3%, face aos dados até maio do setor, de mais 1,4%. A nova produção hipotecária do semestre ascendeu a 3.400 milhões de euros, mais 15% do que no mesmo período de 2021.

Já quanto à gestão de ativos, incluindo fundos de investimento e pensões e gestão patrimonial, registam em conjunto um ligeiro crescimento em relação aos valores de há um ano, dado o forte impacto que tiveram os mercados sobre a valorização destes ativos.

No que diz respeito ao resto das geografias em que o banco está presente, importa destacar a excelente evolução dos indicadores de negócio do Bankinter Portugal, com uma carteira de crédito que cresce 10% até aos 7.500 milhões de euros. Quanto aos recursos de clientes, o crescimento é de 19%, até aos 6.500 milhões de euros. Todo este crescimento do balanço traduz-se em melhorias em todas as rubricas da conta de resultados, começando pela margem de juros, mais 11% do que há um ano, ou pela margem bruta, que cresce 9%, com um forte impulso das comissões. A conclusão é um resultado antes de provisões de 37 milhões de euros, 14% superior ao de há um ano, com um resultado antes de impostos de 30 milhões de euros, mais 16% do que no primeiro semestre de 2021.

Quanto à atividade do Bankinter Consumer Finance, os seus indicadores refletem a recuperação do consumo nos últimos meses. A carteira de crédito cresce 41% em comparação com o primeiro semestre de 2021, até aos 4.400 milhões de euros, com uma nova produção de 1.400 milhões de euros. Metade desta carteira de crédito é composta por crédito ao consumo, no valor de 2.200 milhões de euros, que cresce 28% num ano, sendo a segunda metade mais relevante composta pelas hipotecas comercializadas na Irlanda, através da marca Avant Money, que somam 887 milhões de euros, com um crescimento de 512%.
 
Esta marca, Avant Money, através da qual o Bankinter desenvolve a sua atividade na Irlanda, agrupa atualmente uma carteira, entre financiamento ao consumo e hipotecas, de 1.500 milhões de euros, 144% superior à de há um ano. O rácio de mora da carteira da Avant Money é muito reduzido: 0,5%.

No que se refere ao EVO Banco, regista na sua carteira de crédito um crescimento muito considerável nestes últimos doze meses, de 46%, até aos 2.265 milhões de euros. As novas hipotecas contratadas durante este semestre têm um valor de 467 milhões de euros, 25% superior ao subscrito no primeiro semestre de 2021. EVO Banco, a marca digital do Bankinter, também incrementou a captação de novos clientes, que em junho chegaram aos 701.000.

Merece uma referência destacada a atividade do Bankinter tanto no âmbito digital, onde o banco continua a ampliar a sua proposta de valor com novos serviços e aumentando o número de utilizadores e de transações digitais, como no âmbito das atividades da Sustentabilidade, nas quais o banco é um ator relevante com presença nos principais rankings mundiais pelo seu bom desempenho nesta matéria.

Assim, a atividade do Bankinter no âmbito da Sustentabilidade mantém avanços consideráveis nas suas três vertentes: Ambiental, Social e de Governo Corporativo. Na primeira, e no âmbito do negócio sustentável, o financiamento através de empréstimos verdes alcança já os 1.333 milhões de euros e os fundos de investimento sustentáveis totalizam um património de 116 milhões de euros em fundos de investimento da própria gestora do banco e 7.369 milhões de euros em fundos de terceiros comercializados pelo banco. No âmbito Social, destaca-se o grau de acessibilidade através da web, que alcança já 93,94%. Quanto aos beneficiários de programas de financiamento social, segundo o Plano 2021-2023, situam-se nos 60.801 no final do semestre. Por último, no âmbito do Governo Corporativo, o Bankinter destaca-se por aplicar as melhores práticas e o acompanhamento de todas as recomendações do Código de Bom Governo, entre as quais as relativas ao número de conselheiros independentes, que chega aos 54,5%, e a presença de mulheres no Conselho, que é de 45,5% do total.