Bankinter com resultados de 154,3 milhões de euros no primeiro trimestre, mais 4%, com o negócio bancário a compensar a ausência da Línea Directa

21/04/2022
  • A instituição termina o primeiro trimestre com resultados recorde, suportados pelo negócio bancário recorrente, que já supera o do período pré-covid.

  • O Bankinter mantém uma forte dinâmica da sua atividade comercial: a produção de novo crédito hipotecário cresceu 25% face ao primeiro trimestre de 2021, os recursos de clientes aumentaram 15,6%, o crédito concedido a clientes cresceu 7,8% e os fundos de investimento 16,8%.

  • Os principais rácios de gestão refletem a solidez do negócio: a rentabilidade sobre os capitais próprios (ROE) melhorou para 11,7%, o rácio de eficiência para 41,6% e o rácio de mora situou-se em 2,2%.

  • O Bankinter Portugal cresceu em todos os indicadores. A carteira de crédito alcançou os 7.200 milhões de euros, mais 8% em termos anuais. Os recursos de clientes cresceram 25%, para 6.200 milhões de euros, enquanto os recursos geridos fora de balanço aumentaram 11%, para 4.200 milhões de euros. O resultado antes de impostos no trimestre foi de 16 milhões de euros, mais 13% do que há um ano.

21/04/2022 - O Grupo Bankinter inicia o ano de 2022 de forma muito positiva, mantendo a tendência de crescimento da atividade comercial em todas as áreas geográficas onde opera. A robustez nas suas linhas de negócio, evidenciada pelo crescimento de todas as rubricas, permitiu ao Banco melhorar, com receitas unicamente provenientes do negócio bancário, os resultados que no primeiro trimestre de 2021 ainda incluíam o contributo integral da Línea Directa, cuja segregação do Banco aconteceu no final de abril de 2021.

Assim, o resultado líquido do Grupo Bankinter registado a 31 de março de 2022 ascendeu a 154,3 milhões de euros, um valor 4,1% superior ao do mesmo período do ano anterior, que incluía as receitas da companhia de seguros.

Por sua vez, os resultados antes de impostos da atividade bancária alcançaram os 214,3 milhões de euros, o que, em termos totalmente comparáveis com 2021, representa um crescimento de 33%.

Quanto aos principais rácios de gestão, todos refletem a solidez do negócio do Banco. Este é o caso da rentabilidade sobre os capitais próprios (ROE), que aumentou para 11,7%, com um ROTE de 12,4%.

Em termos de capital, o rácio CET1 fully loaded, de 11,9%, continua a estar muito acima das exigências do BCE, que para o Bankinter é de 7,726%, o valor mais baixo entre os bancos cotados.

Quanto ao rácio de morosidade, baixou para 2,20%, 17 pontos base abaixo do mesmo período de 2021, atingindo níveis mínimos de incidência e, ao mesmo tempo, melhorando a cobertura das provisões para 64,6%, para prevenir uma eventual deterioração do ambiente económico.

O rácio de eficiência recuou para 41,6%, face aos 43,4% de há um ano. No que se refere ao Bankinter Espanha, esse rácio situa-se num valor ainda melhor, de 37,5%.

No que diz respeito à liquidez, o gap comercial negativo continua a aumentar, com o rácio de depósitos sobre créditos no nível historicamente mais desafogado de 111%.

O crescimento das rubricas confirma a solidez da estratégia comercial

Todas as rubricas da conta de resultados evidenciam uma melhoria face ao mesmo período de 2021, confirmando a solidez da estratégia comercial do Banco, as suas perspetivas face ao futuro e a sua capacidade de compensar com receitas bancárias a ausência dos resultados da Línea Directa.

Começando pela margem de juros, no fecho do trimestre alcança 320 milhões de euros, mais 2,6%, com uma margem de clientes que começa a consolidar o caminho de recuperação.

Quanto à margem bruta, esta situa-se nos 499,5 milhões de euros, mais 7,4% em relação ao mesmo valor de há um ano. 64% dessas receitas provêm da margem de juros e 29% de comissões. Estas comissões ascenderam a 147 milhões de euros nos primeiros três meses do ano, mais 13% do que no primeiro trimestre de 2021.

No que diz respeito à origem destas comissões, a sua maioria, 54 milhões de euros, está relacionada com a gestão de ativos, com um crescimento de 22%. Destacam-se ainda as receitas procedentes da atividade de cobrança e pagamentos, 35 milhões de euros, e as receitas provenientes do negócio de títulos, 27 milhões de euros, com um crescimento de 11%.

Por último, a margem de exploração antes de provisões ascendeu a 291,9 milhões de euros no trimestre, 11% superior ao do primeiro trimestre de 2021, após assumir custos operacionais que subiram 2,8%.

Dados do Balanço

O ativo total do Grupo ascendeu a 110.801,2 milhões de euros no final do primeiro trimestre, mais 9,9% do que há um ano.

Em relação ao crédito concedido a clientes, atingiu os 69.679,3 milhões de euros, um aumento de 7,8%. Tendo em consideração apenas a carteira de crédito em Espanha, o crescimento foi de 5,8%, face aos 0,3% de crescimento do setor, de acordo com dados até fevereiro do Banco de Espanha.

Os recursos de clientes particulares registam um incremento ainda maior no período em análise, em linha com a tendência do exercício anterior. Assim, no final do primeiro trimestre de 2022, alcançaram os 76.237,8 milhões de euros, um aumento de 15,6%. O crescimento em Espanha foi de 15,4%, muito acima do setor, que está a crescer a 5,6%, também com dados até fevereiro.

Crescimento da atividade comercial em todos os negócios e geografias

A atividade comercial do Bankinter mantém a trajetória de crescimento rentável registada durante 2021, apesar de um ambiente de grande incerteza geopolítica, que teve impacto nos mercados e nos indicadores macroeconómicos.

Começando pelo negócio de Empresas, o Banco manteve em bom nível todos os indicadores de atividade. Assim, o volume de crédito às empresas situou-se em 29.500 milhões de euros a 31 de março deste ano, mais 5,4% do que no mesmo período de 2021. O crescimento da carteira em Espanha foi de 5,2%, face a uma queda no setor de 0,4%, de acordo com dados de fevereiro do Banco de Espanha. Particularmente notável no trimestre foi a atividade de Negócio Internacional, que gerou uma margem bruta superior em 16% ao primeiro trimestre de 2021.

No que se refere ao negócio da Banca Comercial, ou de particulares, os valores de crescimento abrangem todos os segmentos de clientes. Este é o caso, especialmente, dos segmentos que agrupam os clientes de patrimónios mais elevados. Assim, o património gerido pela Banca Privada cresceu 12%, no período analisado, para 50.700 milhões de euros, com um novo património líquido captado de 1.700 milhões de euros. Este crescimento verificou-se apesar do fraco desempenho dos mercados, o que teve, neste primeiro trimestre, um efeito negativo de 1.300 milhões de euros.

O crescimento dos ativos sob gestão na Banca Personal foi de 21%, para 32.900 milhões de euros. O património líquido novo captado neste segmento foi de 900 milhões de euros, apesar de um efeito de mercado negativo de 400 milhões de euros.

O crescimento da atividade comercial refletiu-se no bom desempenho de todas as famílias de produtos, tanto de ativo como de passivo. Assim, o negócio hipotecário voltou a atingir níveis recorde. A nova produção hipotecária no trimestre atingiu 1.600 milhões de euros, incluindo os valores provenientes do EVO e de todas as áreas geográficas em que o Banco opera. O crescimento desta nova produção hipotecária, em relação ao mesmo valor do ano passado, foi de 25%. Assim, a carteira de crédito habitação do Grupo Bankinter alcança os 32.000 milhões de euros. O crescimento da carteira em Espanha foi de 5,7%, o que compara muito favoravelmente com o crescimento líquido do setor, que foi de 1,4%, de acordo com dados de fevereiro do Banco de Espanha.

O saldo das contas-ordenado, outro produto com grande capacidade de atração de novos Clientes, aumentou 18% em Espanha, para 15.900 milhões de euros. Relativamente ao negócio da Gestão de Ativos, termina o trimestre com um volume de 39.249,3 milhões de euros em recursos geridos fora do balanço, o que representa um crescimento de 14,7%, ou 5.000 milhões de euros mais do que há um ano, embora este valor seja inferior ao do trimestre anterior, principalmente devido ao fraco desempenho dos mercados. O crescimento nestes 12 meses foi particularmente notável nos fundos de investimento, tanto próprios como de terceiros, que em conjunto crescem 16,8%.

O Bankinter Portugal conclui o trimestre com um crescimento em todos os seus indicadores. A carteira de crédito alcançou os 7.200 milhões de euros, mais 8% em termos anuais. O crescimento dos recursos de clientes é percentualmente maior, 25% mais, para 6.200 milhões de euros, enquanto os recursos geridos fora de balanço alcançam os 4.200 milhões de euros, com 11% de crescimento. Assim, o Bankinter Portugal obtém uma margem de juros e uma margem bruta que são, respetivamente, 8% e 11% superiores aos do mesmo período de 2021. O resultado antes de impostos do Bankinter Portugal no trimestre é de 16 milhões de euros, mais 13% do que há um ano.

No que diz respeito à atividade do Bankinter Consumer Finance, verifica-se a recuperação das dinâmicas próprias dos momentos anteriores à pandemia. Assim, a carteira de crédito conclui o trimestre nos 3.800 milhões de euros, um valor 31% superior à de março de 2021, e que é constituída na sua maior parte, 2.000 milhões de euros, por crédito ao consumo, que cresce 21% no ano.

Os resultados do Bankinter Consumer Finance incluem os valores do negócio desenvolvido na Irlanda, através da marca Avant Money, que tem tido um excelente desempenho. A carteira de crédito desta marca ascendeu aos 1.100 milhões de euros, o que representa mais 117% face ao mesmo valor do primeiro trimestre de 2021, refletindo a tendência de um período de franca recuperação. Particularmente notável é o desempenho do negócio hipotecário que se verifica neste país, que representa 565 milhões de euros da carteira total, com um crescimento de 646%, que posiciona a Avant Money como um dos operadores mais destacados deste mercado.  O rácio de morosidade da carteira da Avant Money é de 0,6%.

Relativamente ao EVO Banco, a sua carteira de crédito era de 2.011 milhões de euros em 31 de março deste ano, mais 47% do que no fecho do mesmo período de 2021. A nova produção hipotecária no primeiro trimestre de 2022 ascendeu a 182 milhões de euros. A marca digital do Bankinter conta já com 687.000 clientes.

Por último, é de destacar a atividade do Bankinter na esfera digital, que se tem centrado no desenvolvimento de produtos de valor acrescentado para os clientes, na melhoria da qualidade, eficiência e usabilidade dos vários canais de relacionamento, no fortalecimento da Cibersegurança e no desenvolvimento do talento digital da equipa, entre outros objetivos.