Bankinter ganha 1.333 milhões de euros em 2021, incluindo a mais-valia pela operação da Línea Directa, com valores recorde de receitas do seu negócio recorrente

20/01/2022
  • Excluindo a mais-valia da operação da Línea Directa, o resultado líquido recorrente foi de 437,4 milhões de euros, mais 37,9% do que em 2020. A margem operacional ultrapassa os 1.000 milhões de euros pela primeira vez e cresce 13,9% em relação ao ano anterior

  • Ano de crescimentos recorde na atividade comercial: produção de novo crédito hipotecário cresce 58%, 11,5% nos recursos de Clientes e 30% nos fundos de investimento

  • A rentabilidade dos capitais próprios (ROE), excluindo a mais-valia da Línea Directa, cresceu para 9,6% e o rácio de capital CET1 fully loaded é de 12,1%

  • O Bankinter Portugal termina outro ano igualmente bem-sucedido, com um resultado antes de impostos de 50 milhões de euros e com um crescimento em todos os indicadores de negócio e em todas as rubricas

20/01/2022 - O Grupo Bankinter terminou o exercício de 2021 com um resultado recorde, ano em que se regista o maior impulso comercial do banco, num ano de recuperação económica e no qual o Bankinter consolidou a sua solidez financeira, a consistência da sua proposta de valor e o potencial de linhas de negócio cada vez mais robustas e diversificadas.

Desta forma, todas as rubricas registam fortes crescimentos, com a margem operacional antes de provisões a registar o valor histórico de 1.002,1 milhões de euros, 13,9% superior à de 2020 e mais 19% do que no período antes da pandemia, em 2019.

Assim, o resultado líquido do Grupo Bankinter em 2021 ascendeu a 1.333,1 milhões de euros, valor que inclui a mais-valia de 895,7 milhões de euros gerada com a operação bem-sucedida de entrada em Bolsa da Línea Directa Aseguradora.

Não considerando esta mais-valia, o resultado líquido recorrente do Grupo ascende aos 437,4 milhões de euros, valor que inclui ainda os quatro meses de receitas geradas pela Línea Directa. Este valor representa mais 37,9% do que em 2020.

Importa destacar que o Bankinter acumula uma taxa anual de crescimento composto do resultado depois de impostos de 15% entre 2012 e 2021, apesar dos baixos resultados de 2020 devido a provisões extraordinárias.

Em relação aos principais índices, a rentabilidade sobre os capitais próprios (ROE), excluindo a mais-valia da Línea Directa, atinge os 9,6% com um ROTE de 10,2%, face a 7,03% de ROE em 2020, ano em que este rácio registou as maiores provisões efetuadas para prevenir um agravamento do ambiente macroeconómico após a pandemia.

Quanto ao capital, o Bankinter mantém um rácio CET1 fully loaded de 12,1%, muito superior aos 7,68% exigidos pelo Banco Central Europeu (BCE).

Por sua vez, o rácio de morosidade situa-se nos 2,24%, menos treze pontos base que há um ano, não tendo o fim das moratórias hipotecárias afetado este indicador. A cobertura da morosidade é de 63,56%, 302 pontos base acima do valor registado no final de 2020.

No que se refere à liquidez, o Bankinter apresenta um gap comercial negativo, com um rácio de depósitos sobre créditos de 108,5%.

Os bons resultados destes rácios permitiram ao Bankinter posicionar-se no último teste de stress da Autoridade Bancária Europeia (EBA) como o banco mais resiliente de Espanha, perante situações macroeconómicas adversas, e o terceiro melhor da Europa. 

Com base nesta solidez, o banco recuperou este ano a sua tradicional política de remuneração aos acionistas, através do pagamento de dois dividendos imputados aos resultados recorrentes de 2021: o primeiro em outubro, no valor global de 119,78 milhões de euros, e o segundo em dezembro com um novo pagamento de 46,26 milhões de euros, o que significa o regresso a um pagamento de 50%, inteiramente em numerário.

Todas as rubricas da conta de resultados superiores a 2020 e 2019

A maior atividade comercial traduziu-se numa melhoria das rubricas, superiores em todos os casos, não só face a 2020, mas também em relação a 2019, ano anterior à pandemia, o que levou o banco a apresentar valores recorde de receitas. A diversidade da sua origem e o facto de, entre as linhas de negócio, se conjugarem atividades já consolidadas com outras recém-criadas com muito maior potencial, permite antecipar números muito positivos para o futuro, capazes de compensar a saída da Línea Directa do perímetro do Grupo e o contributo que até agora esta filial representava para o total das receitas.

A margem de juros terminou o ano nos 1.275,3 milhões de euros, com um crescimento de 2,3% em relação a 2020 devido a maiores volumes e uma otimização dos preços, apesar do atual ambiente de taxas de juro baixas.

A margem bruta, que inclui todas as receitas, cresce 8,6% em relação ao ano anterior, refletindo o forte impulso comercial, atingindo 1.855,3 milhões de euros no final do exercício. Nesta rubrica, as receitas de comissões assumem um destaque especial, já que representam 33% dessa rubrica e somam um total de 603 milhões de euros, mais 21% do que em 2020.

A maior parte destas comissões provêm de atividades relacionadas com a gestão de ativos, intermediação e assessoramento a Clientes, todos estes, serviços que aportam elevado valor. Assim, por exemplo, as comissões derivadas da gestão de ativos crescem 30% até aos 204 milhões de euros. As operações com títulos permitem receitas de 114 milhões de euros, um acréscimo de 16%; e 13% mais nas operações com origem em seguros e fundos de pensões. Destacam-se também, em 2021, os 45 milhões de euros provenientes da venda do fundo de energias renováveis Helia I ao grupo Northland Power, no âmbito da atividade do Bankinter Investment, montante destinado inteiramente a antecipar todas as provisões legais previstas para este ano e próximo.
 
Quanto à margem de exploração antes de provisões, termina o ano a superar, pela primeira vez na história do banco, os 1.000 milhões de euros, concretamente 1.002,1 milhões de euros, que representam um crescimento bem-sucedido de 13,9% em relação ao mesmo período de 2020 e de 19% mais que há dois anos, exercício anterior à pandemia, com custos operacionais que crescem 3%. Relativamente ao rácio de eficiência acumulado, desce para os 46% face aos 48,5% de 2020. No que se refere a Espanha, o rácio de eficiência situa-se nuns meritórios 42,1%.

Dados do Balanço

Os ativos totais do Grupo terminam o ano nos 107.584,1 milhões de euros, que representam um crescimento de 11,8% em relação ao ano anterior.

No que respeita ao crédito concedido a Clientes, regista um crescimento de 5,7% atingindo os 68.048,8 milhões de euros. O crescimento do crédito em Espanha foi de 3,9% face a um setor que reduziu a carteira em 0,3%, de acordo com os dados até novembro do Banco de Espanha.

Os recursos de Clientes de retalho crescem a um ritmo ainda maior, de 11,50%, chegando aos 72.484,9 milhões de euros. O crescimento em Espanha destes recursos foi de 10,8% face a um crescimento do setor de 4,8%, de acordo com dados até novembro do Banco de Espanha. 

Ano de crescimento recorde na atividade comercial

O Bankinter terminou o ano de 2021 com excelentes resultados na sua atividade comercial em todo o tipo de produtos e negócios, em todas as geografias onde está presente.

No negócio de Empresas, a entidade alcança um volume de crédito de 28.700 milhões de euros, com um crescimento da carteira em Espanha de 1% face a uma queda do setor de 1,4%, de acordo com dados até novembro do Banco de Espanha, apesar da ausência neste ano de empréstimos com aval do Instituto Oficial de Crédito (ICO), que tiveram um forte protagonismo no ano anterior. Esta melhoria do crescimento orgânico do crédito a empresas transfere-se para a quota de mercado do banco nesta atividade, que passa dos 5,3% de 2020 para 5,4% neste ano.

Relativamente ao negócio de particulares, ou da Banca Comercial, a entidade mostra um forte crescimento em todos os segmentos de Clientes, em especial na Banca Privada e na Banca Personal. Assim, o património gerido em Banca Privada chega aos 49.900 milhões de euros, face aos 42.800 milhões de 2020, com um património líquido novo captado em 2021 de 3.600 milhões de euros. Entre 2016 e 2021, o património de Banca Privada cresceu mais de 60%.

Quanto ao segmento imediatamente inferior, Banca Personal, o volume alcança os 29.800 milhões de euros, com um património líquido novo captado em 2021 de 2.800 milhões de euros.

Todos os produtos de Banca Comercial, em especial os que contam com maior capacidade de atração de novos Clientes, tiveram comportamentos igualmente positivos. Isso permitiu, por exemplo, que o saldo de contas ordenado em Espanha chegue aos 14.900 milhões de euros face aos 12.700 milhões de 2020. Graças a uma tendência que se mantém ao longo do tempo, o banco multiplicou a carteira por 2,7 entre 2016 e 2021, consolidando o sucesso de um produto líder no seu segmento, que mantém as suas condições inalteradas há quase 10 anos.

Quanto ao negócio hipotecário, o Bankinter termina um dos melhores exercícios da sua história com uma nova produção – incluindo o EVO Banco – de 5.900 milhões de euros, um aumento de 58% em relação a 2020. A carteira hipotecária soma um total de 31.300 milhões de euros. O crescimento da carteira hipotecária em Espanha é de 8,6% face a 1,3% do setor, de acordo com dados até novembro do Banco de Espanha. A quota de mercado em novas operações ascende já aos 9%.

Relativamente ao negócio de Gestão de Ativos, a atividade comercial e de assessoramento do banco tem sido muito bem valorizada pelos Clientes num ambiente de taxas de juro como o atual. O resultado foi um crescimento de 26,9% dos recursos geridos fora de balanço em relação ao mesmo período do ano passado, até alcançar os 39.533,6 milhões de euros. Este crescimento foi especialmente significativo nos fundos de investimento, tanto próprios como de terceiros, onde a entidade soma um total de 29.800 milhões de euros com um crescimento de 30% em 2021, situando-se alguns dos fundos do Bankinter Gestão de Ativos entre os mais rentáveis do ano nas suas respetivas categorias.

Pela sua especial tipologia e pela sua projeção, o negócio da banca de investimento, que é desenvolvido pelo Bankinter Investment, requer uma análise específica. Não é em vão que o banco se converteu numa referência em atividades como o financiamento alternativo. A entidade lançou até agora um total de 16 veículos de investimento em setores económicos muito diferentes, mobilizando 3.200 milhões de euros de capital de mais de 3.000 Clientes da banca privada e institucionais. Da mesma forma, o volume de financiamento estruturado ascende aos 4.000 milhões de euros. Desta forma, a margem bruta gerada pelo Bankinter Investment atingiu os 187 milhões de euros em 2021 face aos 116 milhões de 2020.

Por seu lado, o Bankinter Portugal termina outro ano igualmente bem-sucedido, com um resultado antes de impostos de 50 milhões de euros e com um crescimento em todos os indicadores de negócio e em todas as rubricas. A carteira de crédito, por exemplo, cresceu 6% para os 6.900 milhões de euros e os recursos de Clientes cresceram 23%, para 5.900 milhões de euros. No que se refere aos ativos geridos fora de balanço, o crescimento é de 22%, chegando aos 4.400 milhões de euros. Desta forma, o Bankinter Portugal obtém 99 milhões de euros de margem de juros, mais 5%, e 152 milhões de euros de margem bruta, mais 10% do que em 2020, graças à boa evolução das comissões que somam, em 2021, 61 milhões de euros. 

O Bankinter Consumer Finance, marca dedicada ao negócio do Consumo, termina o ano com uma carteira de crédito de 3.500 milhões de euros, representando um crescimento de 23% em relação a dezembro de 2020, com uma nova produção em 2021 de 1.500 milhões de euros, que reflete a reativação do consumo das famílias, paralelamente à melhoria da economia. Do total de crédito, 1.900 milhões de euros correspondem a empréstimos ao consumo e o restante corresponde a cartões nas suas diferentes modalidades e a hipotecas comercializadas na Irlanda. 

Precisamente a atividade desenvolvida na Irlanda, através da marca Avant Money, conheceu uma forte dinâmica, fechando 2021 com 1.000 milhões de euros de crédito, dos quais 400 milhões correspondem a novas hipotecas, negócio que o banco iniciou recentemente e onde já se tornou um ator destacado nesse mercado. O rácio de morosidade da carteira Avant Money é de 0,6%.

Quanto ao EVO Banco, continua a consolidar o seu posicionamento no segmento de Clientes mais jovens e digitais, alcançando no final de dezembro de 2021 um total de 678.000 Clientes. O investimento creditício da entidade situa-se nos 1.860 milhões de euros face aos 1.224 milhões de 2020. Por seu lado, o volume de novas hipotecas contratadas em 2021 ascendeu aos 729 milhões de euros face aos 395 milhões de 2020, o que dá a ideia do nível de reativação que o banco digital levou a cabo neste negócio.