Bankinter obtém um resultado líquido de 1.250,6 milhões de euros, que inclui a mais-valia gerada com a operação da Línea Directa, com receitas a superarem os níveis pré-pandemia

21/10/2021
  • O resultado recorrente, excluindo as mais-valias da operação da Línea Directa, foi de 355 milhões de euros, mais 61,3% do que no terceiro trimestre de 2020, com crescimento de todas as rubricas da conta de resultados.

  • O aumento da atividade comercial do banco traduz-se no crescimento de 10,4% dos recursos dos clientes de retalho; de 24,1% na gestão de ativos; e de 4,3% no crédito concedido a clientes.

  • A rentabilidade dos capitais próprios (ROE), excluindo a mais-valia da Línea Directa, é de 9,4%; o rácio de capital CET1 fully loaded é de 12,3%.

  • Bankinter Portugal: resultado antes de provisões é de 51 milhões de euros, mais 21% do que no mesmo período do ano anterior. Resultado antes de impostos é de 40 milhões de euros, o que representa um crescimento de 24%. O crescimento global da carteira de crédito foi de 5%, fechando o terceiro trimestre com uma carteira de 4.900 milhões de euros na Banca Comercial (mais 6%) e de 2.000 milhões de euros na Banca de Empresas (mais 5%). Quanto aos recursos de clientes, o seu crescimento foi de 19% para os 5.600 milhões de euros.

21/10/2021. O Grupo Bankinter termina o terceiro trimestre de 2021 com uma atividade no negócio com clientes que mantém o bom ritmo do exercício, impulsionada por um enquadramento económico que dá sinais de franca recuperação, o que se reflete nas diferentes rubricas do balanço e da conta de resultados, todas com crescimentos em relação ao mesmo período de 2020. 

Assim, o resultado líquido do Grupo Bankinter a 30 de setembro de 2021 foi de 1.250,6 milhões de euros, o que inclui a mais-valia gerada pela operação de entrada em Bolsa da Línea Directa no final de abril, que foi de 895,7 milhões de euros após impostos. 

 

 

Excluindo esta mais-valia, o resultado recorrente do Grupo seria de 354,9 milhões de euros, valor que inclui os quatro meses de receitas geradas pela Línea Directa enquanto esteve no perímetro do banco. Este resultado compara com os 220,1 milhões de euros do mesmo período de 2020 e com os 444 milhões de euros do mesmo período de 2019, embora estes últimos incluam uma entrada extraordinária de 57 milhões de euros proveniente da operação de aquisição do EVO Banco.

Atendendo à evolução dos principais rácios, a rendibilidade dos capitais próprios (ROE), excluindo a mais-valia da Línea Directa, é de 9,4% face aos 7,1% do terceiro trimestre de 2020, período em que o banco teve de realizar maiores provisões extraordinárias devido à pandemia e à deterioração do contexto macroeconómico.

No que diz respeito ao capital, o Bankinter mantém um rácio CET1 fully loaded de 12,3%, face aos 11,97% de há um ano e, em ambos os casos, muito superior aos 7,68% exigidos pelo BCE.

Quanto ao rácio de morosidade, situa-se nos 2,40%, uma melhoria de 11 pontos base face ao ano anterior, e tudo isto após o fim das moratórias hipotecárias, circunstância que não teve nenhum impacto nesta rubrica. A cobertura da morosidade é de 62,75%, também 110 pontos base acima do valor de há um ano.

No que se refere à liquidez, o Bankinter apresenta um gap comercial negativo, com um rácio de depósitos sobre créditos de 106,3%.

A excelente situação do banco em termos de solvência, rentabilidade e qualidade dos ativos, comprovada pelos testes de stress realizados pela Autoridade Bancária Europeia (EBA), nos quais o Bankinter foi o banco espanhol que registou menor impacto no cenário de stress e o terceiro com o menor impacto na Europa, permitiram à instituição retomar a sua tradicional política de remuneração ao acionista a partir de dia 1 de outubro, com um pay out de 50%.

Crescimento de todas as rubricas da conta de resultados.

Apesar de um terceiro trimestre com a sazonalidade típica do verão, que costuma ter sempre menor atividade comercial, o Bankinter fechou um excelente trimestre em todas as suas linhas de receita, o que permite antecipar um final de ano pleno de boas perspetivas. Assim, a conta de resultados apresenta crescimentos em todas as rubricas, tanto em comparação com o mesmo período de 2020, como inclusivamente em relação a 2019. Isto revela, em primeiro lugar, que o banco antecipa com êxito a trajetória de recuperação económica e, ao mesmo tempo, que dispõe da diversificação e potencial necessário para cumprir o seu exigente objectivo de, num prazo aproximado de três anos, compensar com o negócio bancário a ausência de resultados da Línea Directa.

A margem de juros ascendeu a 955,1 milhões de euros, 3% superior à do período homólogo de 2020. Apesar de se tratar de um crescimento moderado, há que destacar que ocorre num ambiente de taxas de juro negativas, o que tem tido efeitos no repricing das hipotecas.

Por seu turno, a margem bruta reflecte o maior nível de receitas geradas neste período, atingindo 1.422,9 milhões de euros, mais 9,8%, com as comissões a terem um protagonismo especial ao contribuírem com 443 milhões de euros para esta rubrica, o que representa 31 % da margem bruta. O crescimento desta linha em relação ao mesmo período de 2020 é de 23%.

Este crescimento das comissões é consequência da maior atividade desenvolvida pelo banco na comercialização de produtos e serviços de elevado valor acrescentado. Assim, por exemplo, as comissões derivadas da gestão de ativos aumentam 26%, para 143 milhões de euros; as comissões das operações com valores crescem 22%, atingindo 84 milhões de euros; e as comissões provenientes de seguros e fundos de pensões crescem 12%, totalizando 58 milhões de euros. De destacar também a comissão registada pelo banco pela venda do fundo de energias renováveis Helia I ao grupo canadiano Northland Power, no âmbito da sua actividade de investimento alternativo com clientes de banca privada. Esta comissão extraordinária, no valor de 45 milhões de euros, foi destinada na sua totalidade para antecipar todas as provisões legais previstas para este ano e para o seguinte.

A margem de exploração antes de provisões termina o terceiro trimestre em 798,7 milhões de euros, mais 15% do que no mesmo período de 2020, e mais 23% do que há dois anos, com os custos operacionais a aumentarem 3,8%. Quanto ao rácio de eficiência acumulado reduz-se ainda mais, para 43,9% face aos 46,4% de há um ano e aos 47,5% de setembro de 2019. Tendo como conta apenas Espanha, o rácio de eficiência situa-se nuns ainda melhores 39,9%.

Dados do Balanço.

Os ativos totais do Grupo atingiram 102.468,6 milhões de euros no final do trimestre, mais 5,8% do que no mesmo período de 2020.

Quanto ao crédito concedido a clientes, termina o trimestre em 66.047 milhões de euros, mais 4,3%. O crescimento do crédito em Espanha foi de 2,6%, o que compara com um decréscimo de 1% do setor, de acordo dados de agosto do Banco de Espanha (BdE).

Os recursos de clientes de retalho registaram um crescimento de 10,4%, para 69.128,6 milhões de euros. O crescimento em Espanha destes recursos foi de 9,7%, face a um crescimento do sector de 4,6%, de acordo com dados de agosto do BdE.

Crescimento da quota de mercado em negócios estratégicos.

O Bankinter mantém a forte dinâmica comercial que tem caracterizado o exercício, aumentando a sua quota de mercado em linhas de negócio e segmentos de clientes estratégicos.

É o caso do negócio de Banca Comercial, ou de particulares, que obteve um excelente desempenho, especialmente nos segmentos estratégicos dos clientes mais rentáveis e com maior património. Assim, o património sob gestão de clientes da Banca Privada passou dos 39.300 milhões de euros de há um ano para 47.700 milhões de euros no final de setembro de 2021, o que representa um crescimento de 21%, com o património líquido novo captado a situar-se nos 2.200 milhões de euros. Por seu turno, o património líquido novo captado junto dos clientes da Banca Personal nestes nove meses foi de 2.000 milhões de euros, o que coloca o volume sob gestão neste segmento nos 28.800 milhões de euros, um acréscimo de 20% face ao mesmo valor do ano anterior.

Todas as categorias de produtos para particulares apresentam níveis de captação muito positivos. Assim, o saldo em Contas Ordenado, produto em que o banco mantém uma das melhores propostas do mercado, ascende a 14.500 milhões de euros, o que representa mais 23% do que há um ano.

Por sua vez, a carteira de hipotecas residenciais alcança o valor de 30.600 milhões de euros, face aos 28.200 milhões de euros de há um ano. O crescimento da carteira em Espanha foi de 8,4% face ao crescimento do sector de apenas 0,7%, de acordo com dados de agosto do Banco de Espanha.

À semelhança do crédito a empresas, o Bankinter aumenta a sua quota de mercado em Espanha nas novas operações hipotecárias, atingindo uma quota de mercado de 9,3%. Esta nova produção ascende a um total de 4.300 milhões de euros nestes primeiros nove meses do ano, um novo valor recorde que equivale a multiplicar por 1,7 as operações contratadas no mesmo período de 2020. Das novas hipotecas, 68% foram contratadas na modalidade taxa fixa. Esta nova produção conta com um loan to value de 63%.

Evolução semelhante verifica-se no negócio de Gestão de Activos, que tem particular importância na proposta de valor do Bankinter para os seus clientes, especialmente num ambiente de taxas de juro como é o actual. Assim, os recursos geridos fora de balanço ascendem a 38.345 milhões de euros, mais 24,1% do que na mesma data do ano anterior. Deste valor, um total de 29.200 milhões de euros corresponde a fundos de investimento, o que compara muito favoravelmente com os 23.300 milhões de euros de há um ano. Quanto à carteira de fundos de pensões, ascende a 3.606,5 milhões de euros, um acréscimo de 17,1% em termos anuais. Quanto à gestão patrimonial e SICAVS, o património totaliza 5.501,3 milhões de euros, mais 20,8%.

No que se refere ao negócio de Banca de Empresas, o Bankinter aumenta a quota de mercado de crédito para 5,5%, o que compara com os 5,4% obtidos no terceiro trimestre de 2020 e com os 5,2% de setembro de 2019. A carteira de crédito a empresas mantém-se estável com um total de 27.600 milhões de euros, o que mostra que o banco tem compensado com o crescimento orgânico do crédito a ausência de empréstimos com aval do Instituto Oficial de Crédito (ICO) ocorrida neste exercício, em comparação com 2020.

Por seu lado, o Bankinter Portugal acelera o crescimento em todos os seus negócios e linhas do balanço, com o consequente bom desempenho de todas as rubricas e do resultado antes de impostos. Assim, o crescimento global da carteira de crédito foi de 5%, fechando o terceiro trimestre com uma carteira de 4.900 milhões de euros na Banca Comercial (mais 6%) e de 2.000 milhões de euros na Banca de Empresas (mais 5%). Quanto aos recursos de clientes, o seu crescimento foi de 19%, para os 5.600 milhões de euros.

Este aumento da atividade comercial traduz-se num crescimento tanto da margem de juros, 4%, como sobretudo da margem bruta, mais 12%, graças ao bom desempenho das comissões, que crescem 23%. Assim, o resultado antes de provisões ascende a 51 milhões de euros, mais 21% do que no período homólogo de 2020. Após a constituição das provisões correspondentes, o resultado antes de impostos do Bankinter Portugal ascende a 40 milhões de euros, o que representa um crescimento de 24%.

No que se refere ao Bankinter Consumer Finance, marca sob a qual o Grupo opera o negócio de Consumo, os seus resultados começaram a refletir o aumento da atividade económica e a reativação das atividades de lazer e do consumo. A carteira de crédito ascende a 3.300 milhões de euros, mais 15% que a 30 de setembro de 2020, com a nova produção nestes nove meses a alcançar 1.000 milhões de euros, o que representa mais 84% relativamente ao mesmo período do ano passado. Deste volume global, 1.800 milhões de euros correspondem a crédito ao consumo e o restante aos diversos tipos de cartões e hipotecas comercializados na Irlanda.

De referir a este respeito que a atividade hipotecária da Avant Money, marca sob a qual a instituição opera na República da Irlanda, consolida o seu crescimento após um ano de desenvolvimento deste negócio. Nos primeiros nove meses do ano, a Avant Money alcançou um volume de 237 milhões de euros em novas hipotecas, com o volume de crédito total a situar-se nos 800 milhões de euros, 69% acima dos valores do ano anterior e onde se destaca a reduzida morosidade: 0,5%.

Relativamente ao EVO Banco, a sua aposta no negócio hipotecário, muito dirigido a um cliente mais jovem e digital, resulta num volume de novas hipotecas realizadas nestes primeiros nove meses de 546 milhões de euros, o que equivale a multiplicar por 2,3 as hipotecas concedidas no mesmo período de 2020. A carteira de crédito total ascendeu a 1.696 milhões de euros, um acréscimo de 55%. Esta instituição digital tinha 672.000 clientes no final de setembro.