Bankinter regista um resultado líquido de 1.140 milhões de euros no primeiro semestre de 2021, que inclui a mais-valia gerada pela separação da Línea Directa

22/07/2021
  • Excluindo a mais-valia da operação da Linea Direta, o banco obtém um resultado líquido recorrente de 244,5 milhões de euros, mais 124,1% do que o resultado do primeiro semestre de 2020, com uma forte dinâmica da atividade comercial.

  • Todas as rubricas da conta de resultados são superiores às do mesmo período de 2020 e também de 2019, com o banco a obter receitas superiores às do ano anterior à pandemia.

  • O banco regista valores record em hipotecas concedidas nos primeiros seis meses do ano, com 3.000 milhões de euros, o dobro do alcançado no primeiro semestre de 2020.

  • Bankinter Portugal com crescimento de 50% no resultado antes de impostos, atingindo os 26 milhões de euros.

22/07/2021. O Grupo Bankinter mantém, no final do primeiro semestre de 2021, a tendência de crescimento do negócio recorrente já registada durante o primeiro trimestre do ano, ultrapassando com sucesso as dificuldades ainda não resolvidas de um enquadramento económico que continua afetado pelos efeitos da pandemia. Esta dinâmica da atividade comercial, onde à boa evolução das linhas tradicionais se soma o sucesso dos novos negócios e geografias, resulta em melhorias em todas as rubricas da conta de resultados, rácios, dados do balanço, bem como do resultado líquido alcançado no período em análise.

 

 

Assim, a 30 de junho de 2021 o resultado líquido do Grupo Bankinter situou-se em 1.140,3 milhões de euros, que inclui uma mais-valia depois de impostos de 895,7 milhões de euros resultante da diferença entre o valor contabilístico da Línea Directa e o valor de mercado a que esta companhia foi colocada em Bolsa, no passado dia 29 de abril.

Sem ter em conta esta mais-valia, o resultado líquido do Grupo seria de 244,5 milhões de euros, 124,1% acima do valor do primeiro semestre de 2020. Este valor inclui o resultado líquido de 39,9 milhões de euros alcançados pela Línea Directa Aseguradora durante os quatro meses em que a companhia permaneceu no perímetro do banco.

Adicionalmente, considerando unicamente os resultados da atividade puramente bancária, o resultado antes de impostos foi, a 30 de junho de 2021, de 287,6 milhões de euros, face aos 61,8 milhões de euros registados no primeiro semestre de 2020 e face aos 344,8 milhões de euros alcançados no mesmo período de 2019, embora neste caso tenha sido incluída uma receita extraordinária de 57 milhões de euros proveniente da aquisição do EVO Banco.

Isto significa que, em termos comparáveis, o resultado antes de impostos da atividade bancária neste primeiro semestre de 2021 está quase ao nível do valor obtido antes da pandemia.

Relativamente aos principais rácios, a rentabilidade dos capitais próprios, ROE, é de 9,5% face aos 7,6% do primeiro semestre de 2020, valor que tinha sido impactado por via da realização de maiores provisões extraordinárias. Este rácio, que coloca o Bankinter na liderança do sector em termos de rentabilidade, é um ROE ajustado que exclui a mais-valia da Línea Directa, embora inclua obviamente os quatro meses de resultado recorrente desta companhia.

Quanto à solvência, mantém-se em níveis ótimos, com um rácio de capital CET1 fully loaded de 12,2%, muito superior ao exigido pelo BCE, que é de 7,68%.

Por sua vez, o rácio de morosidade melhorou em comparação com o valor obtido há um ano, situando-se em 2,34%, com uma cobertura de 62,5%.

No que se refere à liquidez, o Bankinter mantém um gap comercial negativo, com um rácio de depósitos sobre créditos de 104,4%.

Resultados superiores aos de 2020 e 2019.

O Bankinter terminou um semestre notável no que diz respeito às receitas da atividade bancária recorrente, antecipando-se à recuperação económica e ultrapassando, com uma maior dinâmica comercial, as dificuldades provocadas pela situação anómala de taxas de juro baixas. Assim, todas as rubricas da conta de resultados apresentam valores superiores não só em comparação com o mesmo período de 2020, mas também em comparação com o primeiro semestre de 2019, demonstrando a capacidade do Banco em cumprir o seu plano estratégico de compensar a ausência de resultados da Línea Directa com a solidez do negócio bancário num período de aproximadamente três anos.

A margem de juros atingiu 639,4 milhões de euros, sendo 4,4% superior à do mesmo período de 2020.

A margem bruta ascende a 914,7 milhões de euros no mesmo período, mais 6% do que a 30 de junho de 2020. Uma parte importante deste valor, quase 70%, provém da margem de juros, enquanto as comissões representam 29% do total desta margem, provenientes sobretudo de negócios com valor acrescentado como é o caso da gestão de ativos (92 milhões de euros em comissões, mais 23%) ou intermediação (59 milhões, +18%). No total, as receitas provenientes de comissões líquidas ascendem a 265 milhões de euros, um crescimento de 9% face ao período homólogo de 2020.

Quanto à margem de exploração antes de provisões, termina o primeiro semestre nos 504,1 milhões de euros, um crescimento de 7,3%. Os custos operacionais aumentam 4%. Já o rácio de eficiência acumulada reduz para 44,9%, face aos 45,6% de há um ano. O rácio de eficiência em Espanha no final do primeiro semestre de 2021 é ainda melhor: 40,6%.

Dados do Balanço.

No balanço, os ativos totais do Grupo ascendem a 102.645,3 milhões de euros, mais 10,6% do que os apresentados em 30 de junho de 2020.

O crédito concedido a clientes ascendeu a 66.896,1 milhões de euros, mais 5,2%. O crescimento do crédito em Espanha foi de 4%, o que compara com uma redução média verificada no sector de -1%, de acordo com dados de maio do Banco de Espanha (BdE).

Os recursos dos clientes do retalho encerram o primeiro semestre nos 68.596,2 milhões de euros, mais 11,5%. O crescimento em Espanha destes recursos foi de 11%, face a um crescimento sectorial médio de 4,9%, de acordo com dados de maio do BdE.

Forte dinâmica da atividade comercial em todas as linhas de negócio.

A atividade comercial do banco deu mostras de uma forte reativação ao longo de todo o semestre, tanto ao nível de clientes particulares como de empresas, aproveitando a ligeira melhoria macroeconómica que se deverá acentuar nos próximos trimestres, o que permite antecipar um crescimento ainda maior no curto e médio prazo.

A área que mais contribuiu para a margem bruta do banco neste período foi o negócio de Banca Comercial, com especial destaque para a atividade dos segmentos de clientes com maior património, como a Banca Privada e a Banca Personal. A primeira gere um património de 47.000 milhões de euros, mais 21% do que em junho de 2020, com o património líquido novo captado nestes seis meses a situar-se em 1.700 milhões de euros. Por outro lado, o património dos clientes de Banca Personal ascende a 28.400 milhões de euros, mais 20% do que no mesmo período do ano anterior, com um património líquido novo de 1.600 milhões de euros.

A capacidade de captação do banco junto dos clientes particulares e a sua capacidade de atrair mais negócio refletem-se de forma muito visível em dois dos produtos estrela para este segmento, a saber: Contas Ordenado e Crédito Habitação. A carteira de contas ordenado ascende a 14.200 milhões de euros, mais 24% do que há um ano, com este produto a consolidar a sua posição de liderança no mercado.

No que diz respeito ao Crédito Hipotecário, a carteira ultrapassa pela primeira vez os 30.000 milhões de euros, com um crescimento em Espanha, sem ter conta o EVO Banco, de 5,8%, enquanto o sector cresceu apenas 0,1%, de acordo com dados de maio do Banco de Espanha. Quanto à nova produção hipotecária realizada durante o semestre, o Grupo Bankinter alcançou outro valor recorde, de 3.000 milhões de euros, quase o dobro do registado no período homólogo de 2020, e também muito acima do valor do primeiro semestre de 2019, antes da pandemia, quando obteve um volume de 1.800 milhões de euros. São números que demonstram uma sólida reativação deste mercado, com o Bankinter, mais uma vez, a antecipar a tendência. 72% das novas hipotecas do Grupo são já concedidas na modalidade Taxa Fixa. Esta nova produção tem um loan to value de 62%.

Por seu turno, o negócio de Gestão de Activos, fundamental na proposta de valor do Bankinter para os clientes da Banca Comercial, registou uma evolução muito favorável, com os recursos fora de balanço a crescerem 21,6%, em especial a carteira de fundos de investimento que, entre fundos próprios e geridos por terceiros, soma quase 27.700 milhões de euros, o que compara com os 22.632 milhões de euros de há um ano. Por sua vez, a carteira de fundos de pensões aumentou 16,1% e a carteira de gestão de patrimónios e SICAVS mais de 21%.

Quanto ao negócio de Banca de Empresas contribui para a margem bruta com 29% das receitas. A carteira de crédito concedido a empresas fechou o primeiro semestre nos 28.900 milhões de euros, um crescimento de 2% face ao final de junho de 2020. Considerando apenas o negócio em Espanha, o crescimento foi de 1,4%, embora o setor como um todo tenha diminuído 2,3%, de acordo com dados de maio do Banco de Espanha. Nesta carteira, teve influência a gestão ativa efetuada pelo Banco dos empréstimos garantidos pelo Instituto Oficial de Crédito (ICO), dos quais foram disponibilizados 6.600 milhões de euros dos 8.800 milhões de euros formalizados.

No negócio de Empresas, é especialmente notória a boa evolução da Banca de Investimento que, operando com a marca “Bankinter Investment”, contribuiu para a margem bruta com 44 milhões de euros, mais 27% do que no período homólogo de 2020, e também do Negócio Internacional de Empresas, que representa 6.200 milhões de euros, mais 7,5% do que no final de 2020.

O Bankinter Portugal registou uma dinâmica muito positiva durante este semestre, o que levou ao crescimento de todas as rubricas da conta de resultados: a margem de juros aumentou 7%; a margem bruta cresceu 15% impulsionada pelas comissões líquidas que tiveram um desempenho extraordinário e a margem antes de provisões cresceu 33%. Assim, o resultado antes de impostos do Bankinter Portugal no primeiro semestre foi de 26 milhões de euros, o que representa um crescimento de 50% relativamente ao primeiro semestre do ano anterior.

No que se refere a indicadores de negócio, a carteira de crédito do Bankinter Portugal atingiu 6.800 milhões de euros, mais 6%. Os recursos de clientes, por seu turno, apresentam um crescimento muito superior, 19% no ano, alcançando 5.500 milhões de euros. Os recursos geridos fora de balanço crescem 14%, atingindo os 3.900 milhões de euros.

O negócio de Consumo, operado pelo Bankinter Consumer Finance em Espanha, Portugal e Irlanda, mantém um crescimento mais moderado, em virtude do impacto negativo que a situação económica ainda instável e que as restrições ao lazer e à mobilidade continuam a ter sobre esta atividade. Ainda assim a carteira de crédito cresce 9% face ao período homólogo, alcançando 3.100 milhões de euros. É de destacar o bom desempenho do negócio na Irlanda, operado pela marca Avant Money, com o crescimento da carteira de crédito a atingir 39% relativamente ao primeiro semestre de 2020 e com a atividade hipotecária, recentemente lançada, a crescer a bom ritmo.

O EVO Banco apresenta resultados interessantes na sua atividade hipotecária, multiplicando por 2,4 a nova produção realizada nos primeiros seis meses de 2021 em comparação com as hipotecas realizadas no mesmo período de 2020. O total do crédito concedido por esta instituição, que opera de forma integralmente digital, é de 1.549 milhões de euros, mais 50% do que em junho do ano passado.