Bankinter com resultados de 148,3 milhões de euros no primeiro trimestre, mais 13,8%, com forte impulso do negócio bancário

22/04/2021
  • Todas as rubricas da conta, assim como o resultado trimestral, crescem em relação ao primeiro trimestre de 2020 e também em relação ao primeiro trimestre de 2019, ano anterior à pandemia.

  • A carteira de crédito cresceu 5,9%. A nova produção hipotecária do trimestre é 44% superior à do primeiro trimestre de 2020.

  • O banco melhora os seus principais rácios, com 11,3% na rentabilidade dos capitais próprios (ROE); 12,3% no rácio de capital CET1 fully loaded, muito superior ao requerido pelo BCE; e 2,37% no rácio de morosidade, menos 21 pontos base do que há um ano.

  • O resultado antes de Impostos do Bankinter Portugal cresce 25% para 14 milhões de euros com todas as rubricas da conta de resultados a crescerem: +6% na margem de juros, +10% na margem bruta e +28% na margem antes de provisões.

22/04/2021. Num ano ainda marcado por uma conjuntura complexa, o Grupo Bankinter inicia o exercício de 2021 com o crescimento da sua atividade comercial, cada vez mais robusta e diversificada. Isto reflete-se no crescimento de todas as rubricas e linhas de negócios que, tal como o resultado trimestral, são superiores não só em relação ao primeiro trimestre de 2020, ainda pouco afetado comercialmente pela pandemia, mas também em relação ao primeiro trimestre de 2019, ano anterior à crise do coronavírus.

De igual modo, o banco mantém a sua rentabilidade e qualidade de ativos numa posição privilegiada em relação aos seus pares em Espanha, e com uma solvência reforçada que supera confortavelmente as exigências do BCE.

As contas deste trimestre ainda incluem os resultados da Línea Directa Aseguradora, que iniciará a sua operação independente a 29 de abril, com a entrada em Bolsa. No entanto, e à semelhança de 2020, os resultados da atividade bancária e da seguradora continuam a ser apresentados de forma desagregada.

Assim, o resultado antes de impostos da atividade bancária saldou-se, a 31 de março, em 160,6 milhões de euros, 14,7% superior ao do primeiro trimestre de 2020, o que evidencia a solidez do negócio bancário recorrente. Por seu turno, o resultado antes de impostos da Línea Directa atingiu 39,4 milhões de euros, mais 2,2% do que há um ano.

Com tudo isto, o resultado líquido do Grupo Bankinter a 31 de março de 2021 situou-se em 148,3 milhões de euros, mais 13,8% do que no primeiro trimestre de 2020.

Relativamente aos principais rácios, a rentabilidade dos capitais próprios, ROE, aumentou para 11,3%, um crescimento face aos 10,2% registado no primeiro trimestre de 2020 e aos 7% registados no final de 2020, valor este que foi impactado pela realização de provisões extraordinárias.

A solvência também registou uma melhoria significativa, com um rácio de capital CET1 fully loaded de 12,3%, o que compara com os 11,5% de há um ano, um rácio muito superior ao exigido pelo BCE.

Por sua vez, o rácio de morosidade reduziu 21 pontos base em relação ao ano anterior, situando-se em 2,37%, com a cobertura a melhorar para 62%.

No que diz respeito à liquidez, o Bankinter mantém um gap comercial negativo, com um rácio de depósitos sobre créditos de 104,3%.

Os vencimentos previstos para 2021 são de 200 milhões de euros, aos quais se somam 1.000 milhões para 2022. Para fazer face a estes compromissos o banco tem ativos líquidos no valor de 22.700 milhões de euros e uma capacidade de emissão de obrigações de 2.900 milhões.

Rubricas em crescimento.

O novo exercício começa num ambiente económico que continua a aguardar pela recuperação e com uma situação anómala de taxas de juro, o que dificulta a atividade bancária tradicional. Ainda assim, todas as rubricas da conta de resultados crescem em relação ao mesmo período do ano anterior, e inclusivamente são ainda maiores do que as do primeiro trimestre de 2019, ano anterior à pandemia, o que indica que a atividade comercial do banco mantém o seu crescimento em todas as linhas bancárias, contribuindo para o objetivo do banco de compensar a ausência de receitas da Línea Directa num horizonte aproximado de três anos.

A margem de juros ascende a 311,8 milhões de euros, mais 1,3% do que em igual período de 2020.

A margem bruta atinge o valor de 465 milhões de euros, mais 6,6% do que a 31 de março de 2020. Por tipo de receitas, 67% deste valor provém da margem de juros e 28% das comissões, procedentes na sua maior parte do negócio de gestão de ativos, que contribuiu com 44 milhões de euros, mais 15%, naquele que foi um extraordinário início de ano para esta atividade. Por sua vez o negócio de transação de valores, que segue uma tendência igualmente ascendente, contribuiu com 24 milhões de euros, mais 9%.

Quanto à margem de exploração antes de provisões, fechou o trimestre em 263 milhões de euros, um crescimento de 6,4%. O Bankinter mantém os seus custos operacionais controlados, que são inferiores aos dos últimos três trimestres. O rácio de eficiência da atividade bancária com amortizações é de 43,4%.

Dados do Balanço.

No balanço, os ativos totais do Grupo ultrapassam pela primeira vez 100.000 milhões de euros, atingindo em concreto os 100.821,6 milhões de euros, mais 16,4% do que no primeiro trimestre de 2020.

O crédito a clientes atingiu 64.642,3 milhões de euros, mais 5,9%. O crescimento do crédito em Espanha, sem considerar o EVO Banco, foi de 5% contra uma média do setor de 2,6%, de acordo com dados de fevereiro do Banco de Espanha.

Os recursos de clientes de retalho terminam o primeiro trimestre em 65.943,2 milhões de euros, mais 11,2%. O crescimento destes recursos, em Espanha e sem considerar o EVO, foi de 11,4%, valor superior à média setorial, que foi de 9,2% de acordo com dados de fevereiro.

A atividade comercial dá mostras de robustez e reativação.

Apesar da persistência das dificuldades económicas provocadas pela pandemia e de um estado de alarme que continua em vigor, a atividade comercial do banco apresenta valores de captação de negócios e de clientes que comparam muito positivamente com os do mesmo período de 2020, dando sinais positivos de reativação e demonstrando a capacidade do banco em se adaptar a tempos particularmente turbulentos.

Começando pelo negócio de Empresas, o que mais contribui para a margem bruta do banco, a sua carteira de crédito fechou o primeiro trimestre nos 28.000 milhões de euros, mais 8% do que no mesmo período de 2020. Continuam a ter um papel especial nesta carteira, os créditos garantidos pelo Instituto Oficial de Crédito (ICO), dos quais já foram disponibilizados 6.300 milhões de euros dos 8.700 milhões de euros formalizados. Entre as principais alavancas do negócio de empresas, cabe destacar, sobretudo, o bom desempenho da atividade de banca de investimento, desenvolvida sob a marca Bankinter Investment, que aumentou a sua margem bruta em 22%.

No que diz respeito ao negócio de Banca Comercial, ou para particulares, a evolução dos segmentos de clientes com maior património líquido, como Banca Privada e Banca Personal, tem sido particularmente positiva. O primeiro, Banca Privada, gere já um património 45.200 milhões de euros, mais 25% do que há um ano. No que se refere à Banca Personal, o crescimento é de 21%, situando-se em 27.200 milhões de euros.

Uma dinâmica igualmente positiva é observada em dois produtos comerciais com grande potencial de captação de novos clientes, nomeadamente a Conta Ordenado, nas suas diferentes variantes, ou o Crédito Habitação. A carteira de contas ordenado ascende já a 13.500 milhões de euros, um acréscimo de 25% face ao final de março de 2020, demonstrando a valorização que o mercado atribui a um produto consistente ao longo do tempo, com múltiplas vantagens e uma remuneração superior a outros produtos semelhantes.

O crescimento da atividade hipotecária é ainda maior. A nova produção hipotecária realizada no trimestre ascende a 932 milhões de euros, o que representa um crescimento de 44% face aos 647 milhões registados no primeiro trimestre de 2020 e também compara favoravelmente face aos 623 milhões de euros que foram formalizados no primeiro trimestre de 2019, período ainda sem pandemia, o que mostra no caso do Bankinter um mercado absolutamente recuperado.

Desta nova produção hipotecária, 77% já foi realizada na modalidade taxa fixa e com um loan to value de 62%.

Destaca-se também a atividade do banco no negócio de gestão de ativos, com os recursos fora de balanço a crescerem 25,9% em termos anuais. Destes, a carteira de fundos de investimento, próprios e geridos por terceiros, ascende a mais de 25.500 milhões de euros, em comparação com 20.300 milhões de euros de há um ano. Por sua vez, a carteira dos fundos de pensões cresceu 22,4% e a carteira de gestão de patrimónios e SICAVS mais 29,4%.

Uma conclusão semelhante é obtida após a análise dos resultados do Bankinter Portugal. A carteira de crédito alcança 6.700 milhões de euros, com um crescimento de 7%, sendo a tendência de crescimento do crédito a empresas superior, como já é habitual. Os recursos de clientes, por sua vez, crescem a um ritmo de 10% no ano para 5.000 milhões de euros; e o ritmo de crescimento dos recursos geridos fora de balanço é ainda maior, 21%, atingindo 3.800 milhões de euros. Isto traduz-se em melhorias em todas as rubricas da conta de resultados: +6% na margem de juros, +10% na margem bruta e +28% na margem antes de provisões, o que gera um resultado antes de impostos trimestral de 14 milhões de euros, mais 25% do que no mesmo período de 2020.

Por seu turno, o negócio de Consumo, desenvolvido pelo Bankinter Consumer Finance em Espanha, Portugal e Irlanda, continua a ser afetado pela conjuntura macroeconómica e pelas restrições à mobilidade, o que tem necessariamente impacto nas despesas dos lares e das famílias. A carteira de crédito mantém-se em níveis semelhantes aos do ano anterior, 2.900 milhões de euros, apenas mais 1%, com um comportamento desigual por tipo de produto: crescimento do crédito pessoal e diminuição do negócio de cartões em revolving. É de destacar a boa evolução do negócio na Irlanda, através da marca Avant Money, onde a carteira de crédito aumentou 10% e onde uma atividade tão recente como é a do crédito hipotecário soma já uma carteira de 76 milhões de euros.

Quanto ao EVO Banco, consolida neste início do ano a aposta no crescimento do negócio hipotecário, multiplicando por 2,3 a nova produção: 179 milhões de euros formalizados neste primeiro trimestre contra 77 milhões de euros no mesmo período do ano passado, e uma carteira de crédito que, no seu conjunto, é 43% superior à do primeiro trimestre de 2020.

A Línea Directa Aseguradora que, neste trimestre continua a consolidar integralmente os seus resultados no Grupo Bankinter, embora de forma desagregada da atividade bancária, apresenta um aumento de 2,8% no número de riscos seguros, atingindo quase 3,26 milhões, com um rácio combinado de 85,4%, um ROE de 32% e um rácio de solvabilidade II de 266%.

No final do primeiro trimestre de 2021, a Línea Directa alcançou um resultado líquido de 29,6 milhões de euros, mais 1,9% do que a 31 de março de 2020.