Bankinter termina o primeiro trimestre com um resultado de 130,3 milhões de euros, com melhorias nos indicadores e forte crescimento em crédito e recursos de Clientes

23/04/2020
  • O Grupo Bankinter regista uma redução do resultado líquido em 10,1% face a aumento de provisões para prevenir eventual deterioração do negócio, devido à crise económica provocada pelo COVID-19.

  • Todas as rúbricas crescem a bom ritmo. A margem bruta atingiu 436,3 milhões de euros, mais 8,2%, provenientes inteiramente do negócio com Clientes.

  • O Bankinter implementa um conjunto alargado de iniciativas com o objetivo de mitigar o impacto económico que a atual situação de pandemia está a gerar junto de alguns Clientes.

23/04/2020 - O Grupo Bankinter inicia 2020 com uma atividade e negócio com Clientes que mantêm toda a dinâmica do exercício do ano passado, apesar das dificuldades do ambiente atual ao nível das taxas de juro e do impacto económico provocado pelo Coronavírus.

Nas contas deste trimestre, e pela primeira vez, os resultados da atividade bancária e os da Línea Directa Aseguradora são apresentados separadamente, tal como foi definido na Assembleia-Geral que aprovou a entrada em Bolsa de Valores da seguradora e a distribuição prévia pelos acionistas do prémio de emissão em ações desta companhia.

Assim, o resultado antes de impostos da atividade bancária saldou-se no final do trimestre em 140 milhões de euros, menos 17,2% do que em março de 2019, e o resultado líquido foi de 101,1 milhões de euros, menos 17,4%, devido sobretudo ao aumento das provisões de forma a prevenir uma possível deterioração do negócio devido à crise do coronavírus. As provisões realizadas ascendem a 107,3 milhões de euros, face aos 55,1 milhões de euros no mesmo período de 2019.

Adicionando aos números da atividade bancária os 29,1 milhões de euros de resultados da Línea Directa, o resultado líquido do Grupo Bankinter foi, a 31 de março, de 130,3 milhões de euros, o que representa menos 10,1% que no mesmo período de 2019.

No que concerne aos principais rácios, a rentabilidade dos capitais próprios, ROE, situou-se em 10,23% e a solvência, outro dos pontos fortes do banco, traduziu-se, no final do trimestre, num rácio de capital CET1 fully loaded de 11,47%, 327 pontos base acima do requisito de capital exigido à Instituição pelo Banco Central Europeu para o presente exercício.

Quanto à liquidez, o gap comercial (diferença entre o crédito concedido e os recursos de Clientes) situou-se em 800 milhões de euros, com um rácio de depósitos sobre créditos de 99,5%.

O Bankinter prevê vencimentos de emissões obrigacionistas de 800 milhões de euros para este ano, 200 milhões para 2021 e 1.000 milhões para 2022. Para fazer face a estes compromissos, o Grupo possui ativos líquidos no valor de 13.600 milhões de euros e uma capacidade de emitir obrigações de 6.200 milhões de euros.

De igual modo, o banco possui uma qualidade de ativos que o posiciona como um dos mais sólidos do setor, resultado de uma trajetória comprovada de boa gestão de riscos, que é particularmente relevante em tempos de dificuldades, como são os atuais. Esta solidez manifesta-se num rácio de morosidade de 2,58%, em comparação com os 2,87% de há um ano, apenas 7 pontos base a mais do que no final de 2019.

Também a carteira de ativos imobiliários adjudicados foi alvo de uma redução substancial, atingindo um valor bruto de 274,3 milhões de euros, em comparação com os 328,6 milhões de euros do ano anterior. O rácio de cobertura desta carteira é de 44,5%.

Todas as rubricas em crescimento

Todas as rubricas da conta de resultados no final do primeiro trimestre do ano mostram que, apesar do ambiente atual, os negócios do Bankinter mantêm a sua dinâmica e a capacidade de continuarem a gerar receitas elevadas.

A margem de juros totaliza 307,8 milhões de euros, o que representa mais 14,1% do que o registado no mesmo período de 2019, apesar das dificuldades criadas pelo contexto de taxas de juro.

A margem bruta alcança 436,3 milhões de euros, ou seja, mais 8,2%, com uma receita líquida proveniente de comissões de 123 milhões de euros no trimestre, um crescimento de 7,6%, demonstrando maior atividade nos negócios que geram mais valor acrescentado ao Cliente, como é o caso da gestão de ativos ou da transação de valores mobiliários, entre outros. As comissões representam 28% do total da margem bruta.

Por seu turno, a margem operacional foi, a 31 de março, de 247,3 milhões de euros, mais 10,3% que há um ano, com os custos operacionais a crescerem 5,6% devido à inclusão dos gastos relativos ao negócio do EVO, que não estavam incluídos há um ano. De facto, não considerando o EVO Banco, as despesas do negócio bancário em Espanha reduzem-se em 7% e, as despesas do Bankinter Portugal, em 6%. Isto traduz uma melhoria substancial no rácio de eficiência da atividade bancária com amortizações, que passa dos 44,4% de há um ano para os atuais 43,3%, graças ao aumento de receitas.

Dados do Balanço

Quanto ao balanço do Bankinter, o total de ativos do Grupo era de 86.586,9 milhões de euros em 31 de março, mais 10,6% do que no primeiro trimestre de 2019.

O total de crédito a Clientes ascende a 61.068 milhões de euros, mais 9,4% do que na mesma data do ano anterior. O crescimento da carteira de crédito em Espanha, sem levar em conta o EVO Banco, é de 6%, em contraciclo com o setor cuja carteira voltou a diminuir em 1%, de acordo com os dados de fevereiro do Banco de Espanha.

Os recursos de Clientes de retalho terminam o primeiro trimestre em 59.289,7 milhões de euros, mais 15% do que há um ano. O crescimento destes recursos em Espanha, sem o EVO, é de 9%, número superior à média do setor, que cresce 4%, de acordo com os dados de fevereiro.

Um negócio saudável com Clientes, que resiste num ambiente complexo

O negócio com Clientes continua a estar na base dos resultados do banco e a demonstrar robustez, apesar da menor atividade que começou a notar-se no final do período.

Começando pelo negócio de Empresas, a carteira de crédito alcançou 25.900 milhões de euros, face aos 23.900 milhões euros de há um ano, representando um crescimento de 8,2%. Tendo em conta apenas a carteira de Empresas em Espanha, o crescimento foi de 6,9%, enquanto o setor recuou 1,8%, de acordo com os dados de fevereiro do Banco de Espanha. Mais de metade do crédito, 52%, corresponde à Banca Corporativa, que aumentou a sua carteira em 9%.

No negócio de Empresas, destacam-se três alavancas das receitas. A primeira delas, a atividade da Banca Internacional, aumentou a sua margem bruta em 15%, com um crescimento do crédito de 14% em relação ao mesmo período de 2019. A segunda alavanca corresponde ao negócio da Banca de Investimento que, operando com a marca "Bankinter Investment", aumentou o crédito em 24%, com uma nova produção 13% superior à do mesmo período do ano passado. Por último, refira-se o negócio transacional, que viu a sua margem de juros crescer 11% e as receitas por comissões aumentar 13%.

Quanto ao negócio de Banca Comercial, dirigido a particulares, cabe destacar que o património dos Clientes de Private Banking, segmento de particular relevância para a estratégia do banco, atingiu 36.000 milhões de euros a 31 de março de 2020, uma redução de 4% em relação ao ano anterior, devido sobretudo ao efeito de mercado.

Na Banca Personal, o volume sob gestão atingiu 22.500 milhões de euros, mantendo praticamente o mesmo valor de há um ano, apesar do impacto dos mercados.

A boa evolução ao nível de recursos dos Clientes e da carteira de crédito, registada no negócio de Banca Comercial, é demonstrada pelos bons resultados dos principais produtos da estratégia do banco, como a carteira de contas ordenado ou o crédito hipotecário. A carteira de contas ordenado, um produto muito atrativo para novos Clientes, situou-se em 10.798 milhões de euros, mais 3,5% do que no ano anterior.

Igualmente digna de destaque é a nova produção hipotecária realizada durante o primeiro trimestre, que totaliza 647 milhões de euros, mais 4% que no mesmo trimestre de 2019. Desta carteira, 61% dos empréstimos são na modalidade taxa fixa. O saldo total hipotecário ascende a 27.000 milhões de euros, sem o EVO Banco, com um Loan to Value de 56%.

A atividade de crédito ao consumo, gerida pelo Bankinter Consumer Finance, tanto em Espanha como em Portugal, e pela Avantcard, empresa irlandesa de crédito ao consumo adquirida juntamente com o Evo Banco, manteve indicadores muito positivos neste início do ano. Com 1,7 milhões de Clientes, mais 9% do que há um ano, a carteira de crédito situou-se em 2.900 milhões de euros, mais 16% do que em 31 de março de 2019. Os novos empréstimos no primeiro trimestre alcançaram 280 milhões de euros, mais 29% do que no primeiro trimestre de 2019, com um rácio de morosidade muito controlado, de 5,6%.

O EVO Banco alcançou um total de 494.000 Clientes (com 56.800 novos Clientes no primeiro trimestre), 3.200 milhões de euros em depósitos, 232 milhões de euros em recursos fora do balanço e 893 milhões de euros em hipotecas, das quais 77 milhões de euros correspondem a novas hipotecas subscritas no primeiro trimestre.

Todas as linhas de negócios mencionadas anteriormente são potenciadas pela atividade digital do banco, que, tendo já uma base muito sólida, cresceu substancialmente devido à situação de confinamento. Assim, desde 13 de março, a captação online de Clientes aumentou 21%. Da mesma forma, o número de utilizadores da app de broker cresceu 70%, com as vendas digitais a aumentarem 8%, representando já 43% do total.

De igual modo, a sólida infraestrutura digital permitiu que desde o início do estado de emergência uma parte significativa da equipa pudesse trabalhar remotamente, com um total de 5.076 colaboradores em regime de teletrabalho, dos mais de 6.000 funcionários do banco.

Por fim, cabe assinalar o bom trimestre da Línea Directa Aseguradora, que pela primeira vez apresenta resultados desagregados da atividade bancária. Entre os principais indicadores, destacam-se os 3,17 milhões de riscos seguros, mais 3% do que há um ano, com os prémios emitidos a crescerem 2%, situando-se em 223,1 milhões de euros.

O resultado líquido trimestral da companhia foi de 29 milhões de euros, mais 9% do que no mesmo período de 2019. O rácio combinado do Grupo Línea Directa ascende a 86,7% e o ROE é de 33%.