O Grupo Bankinter obtém 143 milhões de euros de resultado líquido até março, mais 15%, beneficiando do forte crescimento das receitas

26/04/2018
  • Resultados recorrentes e sem ganhos extraordinários. A margem bruta cresceu 9,1%, até 500,4 milhões de euros, provenientes quase na totalidade do negócio bancário.

  • A rentabilidade do banco teve uma melhoria relevante, com um ROE de 13,3%. O banco reforça assim a sua solvência no trimestre e alcança um rácio de capital fully loaded de 12%.

  • A carteira de crédito cresceu 3,3%, atingindo os 52.958 milhões de euros e os recursos de clientes aumentaram 3,9%, para os 47.044,6 milhões de euros, contrariando a tendência do setor.

  • A taxa de incumprimento do negócio em Espanha situa-se nos 3,05%, a mais baixa do sistema financeiro em Espanha.

  • O Bankinter Portugal alcançou 34,4 milhões de euros de margem bruta a 31 de março de 2018, e resultados antes de impostos de 19 milhões de euros, confirmando assim a sua contribuição positiva para os resultados do Grupo.

O Grupo Bankinter inicia o ano de 2018 com a mesma tendência de crescimento rentável e recorrente já demonstrada em anos anteriores, mantendo a diversificação sólida e complementar de todas as suas linhas de negócio.

O Grupo concluiu o primeiro trimestre de 2018 com um resultado líquido de 143 milhões de euros, e com um lucro antes de impostos de 195,9 milhões, o que representa aumentos de 15% e 14,2%, respetivamente.

Entre os resultados mais relevantes está a rentabilidade, área onde o Bankinter permanece entre os bancos mais rentáveis de Espanha, com um ROE (Rentabilidade sobre o Capital Investido) de 13,3%.

Da mesma forma, o Bankinter reforça a sua solvência no primeiro trimestre e atinge um índice CET1 de 12%, mais 75 pontos base comparativamente a igual período do ano passado, um valor muito superior às exigências regulatórias.

Em relação à estrutura de financiamento, o gap comercial da entidade situou-se em 4.900 milhões de euros no final do trimestre; paralelamente, o rácio de depósitos sobre os créditos atingiu 92%.

O Bankinter não tem vencimentos de emissões obrigacionistas até ao final do ano, tendo emissões de 1.600 milhões de euros em obrigações a vencer em 2019 e 2020. Para fazer face a estes vencimentos o banco dispõe 10.500 milhões de euros em ativos líquidos e a capacidade para emitir títulos no valor de 7.000 milhões de euros.

A qualidade dos ativos do banco continua também a ser uma referência, com a taxa de incumprimento a cair para 3,40%, face aos 3,88% registados há um ano. A cobertura de incumprimento cifra-se em 52,7%, consideravelmente superior ao ano anterior, que era de 49,4%, um aumento devido em grande parte à implementação da nova norma contabilística IFRS 9. Circunscrevendo o negócio a Espanha, o incumprimento situa-se nos 3,05%, o rácio mais baixo de Espanha e menos da metade da média do setor.

A carteira de ativos imobiliários continua com uma tendência descendente, apresentando um valor bruto total de 398 milhões de euros, em comparação com os 510,9 milhões registados há um ano, dos quais 44% são habitações. A cobertura sobre os ativos adjudicados é de 45,6%.

Crescimento em todas as margens

Os resultados do Grupo Bankinter, que são apresentados pela primeira vez sob a nova normativa contabilística IFRS 9, que entrou em vigor no passado mês de janeiro, continuam a mostrar robustez nas margens e potencial de crescimento no futuro.

Assim, a margem de juros atingiu 271,8 milhões de euros no final do trimestre, mais 9,1% que há um ano.

Por seu lado, a margem bruta, em 31 de março, alcançou os 500,4 milhões de euros, 9,1% mais do que no primeiro trimestre de 2017, maioritariamente devido à contribuição das comissões, que aumentaram 8,7% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, destacando-se nomeadamente as que provêm do negócio da atividade de Gestão de Ativos (que cresceram 15,1%) e as que provêm do negócio de Renda Variável (com um crescimento de 16,5%).

Quanto à margem de operação, concluiu o trimestre com 248,1 milhões de euros, 9,7% mais do que há um ano. Apesar do aumento de custos face ao primeiro trimestre de 2017 (devido maiores custos com pessoas e a investimentos tecnológicos, fundamentalmente) a diferença entre receitas e despesas é maior do que há um ano. Assim, o rácio de eficiência da atividade bancária, com amortizações, é de 46,9%, comparativamente com os 47,9% de há um ano.

No que respeita ao balanço do Bankinter, os ativos totais do Grupo atingiram, no final do trimestre, 71.289,7 milhões de euros, mais 2,4% do que no primeiro trimestre de 2017.

Quanto ao volume total de crédito a clientes, este totaliza 52.958 milhões de euros, um crescimento de 3,3% face ao período comparado, face a uma redução de todo o setor em 1,6%. Este crescimento da carteira de crédito do Bankinter deu-se tanto em Portugal como em Espanha.

Por outro lado, os recursos controlados registaram um forte crescimento de 15,6%, para 88.393,7 milhões de Euros, destacando-se os recursos geridos fora do balanço (fundos de investimento, fundos de pensões e gestão patrimonial), que totalizam agora 26.883,9 milhões de Euros, mais 8,9% que há um ano.

Linhas de negócios rentáveis e complementares entre si

Os resultados obtidos pelo Bankinter voltam a demonstrar que a atividade com clientes continua a ser o principal contribuidor para as receitas do Grupo, estruturado nas suas conhecidas cinco linhas de atividade, que se complementam entre si e que apresentam um elevado potencial de crescimento futuro.

A linha que mais contribui para a margem bruta é a da Banca de Empresas, que representou 28% da margem bruta no primeiro trimestre. A carteira de crédito a empresas atingiu os 22.700 milhões de euros no final de março, 5% mais que no ano anterior, uma tendência muito positiva tendo em conta que o setor diminuiu, em média, 3,6% no mesmo período.

Dentro da linha de Banca de Empresas, destaca-se a crescente ligação que estas empresas mantêm com o banco, demonstrada pela maior atividade comercial e transacional desenvolvida. Destaca-se, uma vez mais, o negócio internacional de empresas, que representa já 25% da margem bruta do segmento.

A Banca Comercial, ou de pessoas físicas, apresentou uma contribuição para a margem bruta do banco de 27%, destacando-se o bom desempenho nos segmentos de Banca Privada e Banca de Particulares. Na primeira, o património gerido dos clientes de património elevado atingiu os 35.800 milhões de euros, mais 8% do que no primeiro trimestre de 2017. No que respeita à Banca de Particulares, o património gerido ascendeu a 21.500 milhões de euros, 9% mais.

O novo património líquido neste primeiro trimestre dos clientes desses segmentos foi de 1.100 milhões de euros na Banca Privada, 50% mais que no mesmo período de 2017; e de 400 milhões de euros de novo património líquido, de clientes da Banca de Particulares. Estes resultados foram obtidos apesar do impacto negativo dos mercados nas carteiras: o montante de 400 milhões na Banca Privada e 100 milhões na Banca Pessoal.

Na linha de negócios de Banca Comercial, destacam-se os resultados de dois produtos altamente vinculadores e que constituem um claro canal de entrada para novos clientes: a conta Ordenado e os empréstimos hipotecários. No primeiro, a carteira deste tipo de contas totaliza 7.088 milhões de euros, 21% mais do que há doze meses. Por outro lado, a nova produção de hipotecas residenciais volta a dar sinais de revitalização, impulsionada pela tendência do mercado e pelos novos e competitivos preços dos produtos do banco. A produção hipotecária do trimestre ascendeu a 572 milhões de euros, mais 10% do que no mesmo trimestre de 2017. Destes, 28% são já hipotecas de taxa fixa.

A terceira linha de negócios em termos de contribuição para a margem bruta é a Línea Directa. O número de apólices ou riscos segurados pela empresa alcançou, em março de 2018, os 2,86 milhões de euros, no que representa um crescimento de 7% nas apólices de seguro automóvel e 12% em lar. Quanto aos prémios, somaram 204 milhões de euros, 8% mais do que há um ano, o que representa um crescimento muito superior ao do setor. A Línea Directa mantém uma alta rentabilidade de negócio, com um ROE de 36% e um rácio combinado de 87,9%.

É também importante destacar a evolução do negócio do financiamento ao consumo, através do Bankinter Consumer Finance. Esta filial, que recentemente lançou o lançamento do seu cartão bankintercard em Portugal, e se situa em Espanha nos primeiros lugares do ranking do consumo, apresenta uma carteira total de 1,1 milhões de clientes, mais 23% do que há um ano atrás. Assim, estes créditos totalizam 1.600 milhões de euros, que representa um crescimento de 43% face a 31 de março de 2017.

No que se refere ao Bankinter Portugal, cuja atividade representa já 7% da margem bruta do Grupo, teve um começo de ano muito interessante. O crédito concedido ascendeu a 5.000 milhões de euros, um aumento de 7% em relação ao ano de 2017. Em paralelo, os recursos diminuíram em 5% nestes doze meses, para 3.900 milhões de euros, tendo dado mostras de franca recuperação neste primeiro trimestre do ano. Quanto aos recursos fora do balanço, obtiveram no último ano um crescimento notável de 19%.

Desta forma, o Bankinter Portugal alcançou 34,4 milhões de euros de margem bruta a 31 de março de 2018, e resultados antes de impostos de 19 milhões de euros, confirmando a contribuição positiva para os resultados do Grupo.

Aposta na digitalização

Por último, importa mencionar os dados da atividade digital do Bankinter, que conta com uma base de clientes que utiliza maioritária e habitualmente os canais digitais na sua relação com o banco. Assim, 91,2% dos clientes utilizam estes canais digitais ou de forma exclusiva ou em conjugação com outros canais do banco. Também são de destacar as vendas realizadas através dos canais digitais, que variam em função dos diferentes produtos. 97% do negócio de taxa variável realiza-se de forma digital. Foram contratados por esta via 80% dos depósitos, 85% dos créditos ao consumo e 36% dos seguros de lar, entre outros.

Entre os principais serviços lançados pelo banco nos últimos meses, destaca-se o Popcoin, um serviço automatizado de gestão de carteiras de fundos para qualquer investidor, que na sua breve trajetória soma já 730 carteiras e 2,7 milhões de ativos sob gestão. Destaca-se ainda o crédito habitação digital Coinc, a primeira do mercado 100% online, a partir do qual se realizaram 5.000 simulações, contratando-se créditos habitação no valor de 4,6 milhões de euros. Para contratar ambos os produtos, não é necessário ser cliente Bankinter nem contratar outros produtos.