Bankinter termina o terceiro trimestre com um resultado líquido de 376 milhões de euros, sustentado pela atividade recorrente com Clientes

26/10/2017
  • O Banco mantém margens robustas: a margem de juros cresce 10,8% e a margem bruta 9,7%, em comparação com setembro de 2016.

  • O Bankinter mantém a sua posição de liderança em termos de rentabilidade no mercado bancário espanhol, com um ROE de 12,3% no final de setembro.

  • O resultado líquido em Espanha, que não inclui resultados extraordinários, foi de 358 milhões de euros, 14,8% acima do obtido há um ano.

O Grupo Bankinter mantém, no final do terceiro trimestre de 2017, a tendência demonstrada ao longo do ano: um balanço sólido, qualidade de ativos, melhoria na solvência, rentabilidade acima do sector no mercado espanhol e resultados sustentáveis maioritariamente provenientes da sua atividade regular com Clientes.

Assim, o resultado líquido do Grupo situou-se a 30 de setembro em 376 milhões de euros e os resultados antes de impostos nos 517,6 milhões de euros. Estes resultados são, respetivamente, 6% e 5,5% inferiores aos apresentados no mesmo período de 2016, se bem que há que considerar que no segundo trimestre do ano passado foram contabilizados resultados extraordinários decorrentes da compra da operação de retalho do Barclays em Portugal, e que desde esse trimestre se incluem nos resultados do Grupo os dados da atividade em Portugal, o que impede uma comparação estritamente homóloga.

O crescimento medido em termos homólogos, sem considerar esses resultados extraordinários, aumentaria 14,8% em relação há um ano.

Como já é habitual, o Bankinter mantém a sua posição de liderança em termos de rentabilidade, com um ROE, ou rentabilidade sobre o capital investido, de 12,3%, a mais elevada entre os Bancos cotados em Espanha.

No que se refere à solvência, o Bankinter conclui setembro com um rácio de capital CET1 fully loaded de 11,5%, e de 11,82% em CET1 phased-in, melhorando em 20 pontos base os dados do último trimestre e, uma vez mais, muito acima das exigências do BCE aplicáveis em 2017 para o Bankinter, que se situam nos 6,5%, as mais baixas da banca em Espanha.

Em relação à estrutura de financiamento, o gap de liquidez da entidade reduziu em 500 milhões de euros desde o início do um ano, situando-se nos 4.900 milhões no final de setembro. Paralelamente, o rácio de depósitos sobre créditos atinge os 91,3%, 30 pontos base mais do que há um ano.

O Bankinter também não tem vencimentos de emissões obrigacionistas até final deste ano e as que vencem até 2020 totalizam 2.200 milhões de euros, com diferenciais que também reduzem ano a ano: 2,2% nas emissões que vencem em 2018; 2,1% para as de 2019. Para fazer face a estes vencimentos o Banco dispõe de 10.600 milhões de euros em ativos líquidos e uma capacidade de emissão de obrigações no valor de 7.500 milhões de euros.

No que se refere à qualidade de ativos, o Bankinter mantém a sua liderança entre a Banca cotada em Espanha. A taxa de incumprimento desce para 3,72%, face a 4,19% de há um ano, uma taxa que reduz para 3,33% se se considerarem apenas os dados de Espanha. Este rácio situa-se em menos de metade da média do sector em Espanha, que em agosto subiu para 8,48%.

Robustez em todas as margens

Os resultados apresentados pelo Grupo Bankinter continuam a mostrar que as suas margens são o principal argumento para a robustez do seu negócio.
 
Assim, a margem de juros atinge no final do terceiro trimestre os 789,7 milhões de euros, o que representa mais 10,8% do que há um ano.

No que se refere à margem bruta, sobe para os 1.393,8 milhões de euros, mais 9,7% que em igual período de 2016, graças, sobretudo, à boa performance das comissões que cresceram 14,2%, em termos líquidos, face ao ano passado, com especial destaque para os bons resultados da atividade de Gestão de Ativos e também dos Seguros.

No que se refere à margem de exploração, concluiu o terceiro trimestre com 690,4 milhões de euros, 12,2% mais do que há um ano e que, apesar de assumir maiores custos operativos que no mesmo período de 2016, a diferença entre receitas e custos continua a ampliar-se a favor das primeiras e é atualmente superior à de há um ano. Com isto, o rácio de eficiência da atividade bancária com amortizações, situa-se nos 46,8%.

Dentro do balanço do Bankinter, os ativos totais do Grupo terminam o terceiro trimestre nos 69.863,3 milhões de euros, o que representa mais 5,4% que a 30 de setembro de 2016.

Quanto ao volume total de crédito a Clientes totaliza 52.242,8 milhões de euros, mais 3,7% que há um ano, quando o sector em Espanha reduziu o volume de crédito em 2,2%, segundo dados de agosto.

Os recursos controlados observam crescimentos similares. Assim, atingiram no final do terceiro trimestre os 77.483,3 milhões de euros, 4,6% mais que a 30 de setembro de 2016, destacando-se os recursos geridos fora de balanço (fundos de investimento, fundos de pensões e gestão patrimonial) que cresceram 13,4% em relação ao mesmo período em análise.

Um negócio diversificado e rentável

A atividade com Clientes, principal protagonista na geração de resultados do Grupo, continua assente em cinco linhas estratégicas de negócio, rentáveis e complementares entre si.

A Banca de Empresas é a linha de negócio que realiza a maior contribuição para a margem bruta do Banco: 30%. Tal como vem acontecendo de forma sustentável, o Bankinter voltou a aumentar a sua carteira de crédito a empresas até atingir no final do terceiro trimestre os 22.200 milhões de euros, mais 5,3% que a 30 de setembro de 2016, e considerando que apenas em Espanha o crescimento foi de 4,3%, enquanto o sector reduziu o volume de crédito a empresas neste país em 3,7%. A quota de mercado do Bankinter em novas operações situa-se nos 5,8%.

Assim, a captação de novos Clientes nos primeiros três trimestres do ano é 9% superior à do mesmo período de 2016. Por fim, há que destacar a boa evolução do negócio internacional de empresas, com receitas em constante crescimento, com uma margem bruta mensal 21% superior ao do mesmo período de 2016.

A Banca Comercial é a segunda linha, segundo o seu contributo para a margem bruta. Nesta linha volta-se a destacar a boa evolução dos segmentos de maior património: a Banca Privada e a Banca de Particulares. Assim, o património gerido dos Clientes da Banca Privada ascende aos 34.200 milhões de euros, mais 15% que a 30 de setembro de 2016. Em relação à Banca de Particulares, o património gerido cresce 15%, para os 20.500 milhões de euros.

Dentro da Banca Comercial há que destacar, entre outros produtos, a boa aceitação que continua a ter no mercado um dos produtos estrela do Banco, a Conta Ordenado 5%, que atinge um saldo de 6.359 milhões de euros, mais 26% em relação ao terceiro trimestre de 2016.

A terceira destas linhas de negócio seria a Línea Directa que supera as 2,74 milhões de apólices, com crescimentos num ano de 7,4% de apólices de seguro automóvel e de 14,4% em lar. Quanto aos prémios somam 595,6 milhões de euros, face aos 551,9 milhões de há um ano, com crescimentos de 7,1% em seguros automóvel e de 14,9% em lar, muito superiores ao crescimento do mercado em Espanha. Esta companhia mantém a elevada rentabilidade do negócio, com um ROE de 35% e com um rácio combinado de 88,1%.

O Bankinter Consumer Finance é a linha de negócio dedicada ao financiamento ao consumo, e está entre os maiores operadores deste mercado em Espanha. No final de setembro esta entidade contava com mais de um milhão de Clientes, o que representa mais 24% que há um ano. Em relação ao volume de crédito concedido, este situa-se nos 1.300 milhões de euros, mais 41%.

No que se refere ao negócio do Bankinter Portugal, os recursos de Clientes atingiram a 30 de setembro os 3.800 milhões de euros, mais 8% que há um ano. O crédito concedido ascende a 4.700 milhões de euros, o que representa um crescimento de 7% no mesmo período. A margem bruta desta sucursal conclui o terceiro trimestre nos 102,3 milhões de euros e com um resultado antes de impostos de 24,8 milhões de euros.

Digitalização

Falar do Bankinter é falar também de digitalização, de inovação e de um processo contínuo ao longo do tempo, para oferecer aos seus Clientes uma proposta de valor diferenciada e personalizada a partir dos múltiplos canais de relação, todos eles perfeitamente integrados.

Os Clientes fazem uma utilização massiva e habitual desses canais virtuais na sua relação com o Banco. Assim, 35,2% dos Clientes consideram-se Clientes digitais puros; 56,2% consideram-se Clientes digitais “mistos”, que utilizam indistintamente os canais digitais e outros canais; e só 8,6% são considerados Clientes “tradicionais”, aqueles que se relacionam com o Banco através das agências ou da banca telefónica.

Prova do esforço levado a cabo pelo Bankinter em prol da digitalização é também o facto de nos últimos dois anos o Banco ter aumentado em 49,4% os colaboradores internos dedicados a tarefas tecnológicas; enquanto que o total de colaboradores em Espanha, apesar de também ter crescido nesse período, cresceu a um ritmo menor: 9%.

Entre os diferentes projetos digitais conduzidos pelo Banco durante o último trimestre cabe destacar o lançamento do Popcoin em Espanha, um serviço de gestão de investimentos para qualquer investidor e que inaugura a era dos assessores cibernéticos.

Por último, no que se refere à ação do Bankinter (BKT) terminou o terceiro trimestre com um valor de 8 euros por ação, o que o representa uma valorização de 26,4% no período de um ano.