Bankinter com 241 milhões de euros de resultados líquidos no primeiro semestre de 2017, com todas as margens a crescer a dois dígitos

26/07/2017
  • Os resultados líquidos em Espanha, não considerando resultados extraordinários, foi de 227,4 milhões, mais 16,4% que no mesmo período do ano passado.

  • O Bankinter mantém a sua posição de liderança em termos de rentabilidade, no mercado bancário espanhol, com um ROE que atinge os 12,2%.

  • O crédito concedido a Clientes cresceu 3,6%, enquanto o sector bancário em Espanha reduziu o volume concedido. Os recursos de Clientes cresceram 12,2% no ano.

O Grupo Bankinter mantém, no final do primeiro semestre de 2017, os pontos fortes em que tradicionalmente tem apoiado os resultados do seu negócio, bem como a solidez do seu balanço e dos seus ativos.

Assim, o resultado líquido do Grupo situou-se no final de Junho em 241 milhões de euros e os resultados antes de impostos nos 331,7 milhões de euros. Estes resultados são, respetivamente, 15,7% e 17,4% inferiores aos apresentados no mesmo período do ano passado, se bem que há que considerar que no segundo trimestre de 2016 foram contabilizados resultados extraordinários decorrentes da compra da operação de retalho do Barclays em Portugal, e que também desde esse trimestre se incluem nos resultados do Grupo os dados da atividade em Portugal. Todos estes fatores fazem com que a comparação entre os dois semestres não seja estritamente homogénea.

Deste modo, sem incluir os dados de Portugal, para ser mais comparável, o resultado líquido do primeiro semestre de 2017 seria de 227,4 milhões de euros, 16,4% superior ao do mesmo período do ano passado.

Novamente neste trimestre o Bankinter mantém a sua posição de liderança em termos de rentabilidade, com um ROE, ou rentabilidade sobre o capital investido, de 12,2%, a mais elevada entre os Bancos cotados em Espanha.

Simultaneamente, o Bankinter continua a liderar o ranking do sector em Espanha no que se refere à qualidade dos seus ativos, com uma taxa de incumprimento que desce para 3,74%, face a 4,25% de há um ano. Se se considerarem apenas os dados de Espanha, a taxa situa-se nos 3,34%. Este rácio situa-se em menos de metade da média do sector em Espanha, que em maio se situava nos 8,74%, com uma cobertura sobre o incumprimento de 48%.

Em linha com estes dados, a carteira de ativos imobiliários adjudicados continua a ser a mais reduzida do sector em Espanha, com um valor bruto total de 498,2 milhões de euros (55,7 milhões a menos que há um ano), dos quais quase 50% são para habitação. A cobertura sobre estes ativos adjudicados é de 44,1%.

No que se refere à solvência, o Bankinter conclui o semestre com um rácio de capital CET1 fully loaded de 11,3%, e de 11,6% em CET1 phased-in, muito acima das exigências do BCE aplicáveis em 2017 para o Bankinter, que se situam nos 6,5%, as mais baixas da banca em Espanha.

Em relação à sua estrutura de financiamento, destaca-se que o gap de liquidez reduziu em 1.800 milhões de euros desde o início do um ano, situando-se nos 3.600 milhões no final de junho. De igual modo, o rácio de depósitos sobre créditos alcança já os 93,6%, quando há um ano se situava nos 87,1%.

O Bankinter também não tem vencimentos de emissões obrigacionistas até final deste ano e as que vencem até 2020 – com diferenciais que reduziram significativamente - totalizam 2.200 milhões de euros. Para fazer face a estes vencimentos o Banco dispõe de ativos líquidos no valor de 12.200 milhões de euros e uma capacidade de emissão de obrigações no valor de 7.400 milhões de euros.

Forte crescimento em todas as margens

Os resultados apresentados pelo Grupo Bankinter continuam a apresentar margens robustas.
 
Assim, a margem de juros do Bankinter atinge no final do semestre os 529,7 milhões de euros, o que representa mais 14,3% do que há um ano.

No que se refere à margem bruta totaliza, a 30 de junho, 922,3 milhões de euros, o que representa mais 10,4% que em igual período de 2016, graças, sobretudo, à boa performance das comissões que cresceram 16,2% em termos líquidos face ao ano passado. Este crescimento é o resultado da evolução positiva de negócios como a intermediação em ações, os seguros ou também a gestão de ativos, sobretudo devido ao crescimento em fundos de investimento de ações, que representam uma maior rentabilidade para o Banco.

No que se refere à margem de exploração, concluiu o semestre com 451,6 milhões de euros, 11,1% mais do que há um ano e que, apesar de assumir maiores custos operativos que no primeiro semestre de 2016, a diferença entre receitas e custos é atualmente superior à do ano anterior. Com isto, o rácio de eficiência da atividade bancária com amortizações, situa-se nos 46,6%.

Relativamente ao balanço do Bankinter, os ativos totais do Grupo terminam o semestre nos 71.180,4 milhões de euros, o que representa mais 8% que a 30 de junho de 2016.

Quanto ao volume total de crédito a Clientes totaliza 52.049,6 milhões de euros, mais 3,6% que há um ano, quando o sector em Espanha reduziu o volume de crédito em 1,7%.

Os recursos controlados observam um crescimento superior, para os 78.205,9 milhões de euros, 7,4% mais que a 30 de junho de 2016, destacando-se os recursos de Clientes, 46.570,3 milhões de euros, que crescem 12,2%, quando todo o sector em Espanha cresceu apenas 3,3% e os recursos geridos fora de balanço (fundos de investimento, fundos de pensões e gestão patrimonial), crescem 12,6% em relação ao mesmo período do ano passado.

Rentabilidade nas cinco linhas de negócio

A atividade com Clientes é a principal protagonista na geração de resultados do Grupo e continua assente em cinco linhas estratégicas que o Banco definiu como fórmula para diversificar as suas receitas.

A linha de negócio que realiza a maior contribuição para a margem bruta é a Banca de Empresas, que aporta 30%. Trata-se de uma área em que o Bankinter tem uma vasta experiência e que remonta às suas origens como Banco industrial. Destaca-se nesta linha de negócio o crescimento que, ano após ano, se tem verificado na sua carteira de crédito. No final de junho, a carteira de crédito a empresas ascende a 22.300 milhões de euros, o que representa mais 6,1% que há um ano, quando o sector em Espanha reduziu o volume de crédito a empresas em 2,3% nesse período. A quota de mercado do Bankinter em novas operações situa-se nos 6,1%. Também se fortaleceu o ritmo de captação de novos Clientes: mais 10% que em junho de 2016. Por fim, há que destacar de novo a boa evolução do negócio internacional de empresas, que gera uma margem bruta de 69 milhões de euros, 20% acima face ao mesmo período de 2016.

A segunda linha, segundo o seu contributo para a margem bruta do Banco, seria a Banca Comercial, ou de pessoas físicas. Nesta linha voltam a destacar-se os segmentos em que o Banco colocou o seu foco estratégico: a Banca Privada e a Banca de Particulares. Quanto ao primeiro, o património gerido destes Clientes soma 33.900 milhões de euros, mais 19% que no primeiro semestre de 2016. Em relação à Banca de Particulares, o património gerido cresce 17%, para os 20.300 milhões de euros.

Nesta linha de negócio da Banca Comercial destaca-se o comportamento de um produto em que o Banco tem vindo a apostar comercialmente há algum tempo e no qual dispõe de uma das propostas mais fortes do sector, a Conta Ordenado. Assim, a carteira deste tipo de contas ascende a 6.316 milhões de euros, 30% mais que há um ano. Por sua vez, a nova produção de Crédito Habitação reduz 2,2% em termos homólogos, enquadrado num ambiente geral menos ativo, tendo o mercado, com dados de maio, registado um decréscimo na produção na ordem dos 9,4%.

Em terceiro lugar ficaria a Línea Directa. O número de apólices da companhia de seguros alcançou no final do semestre os 2,7 milhões. O crescimento é de 7,6% em apólices de seguro automóvel e de 14,7% em lar. Quanto aos prémios somam 394,5 milhões de euros, face aos 363 milhões de há um ano. Estes dados representam crescimentos de 7,9% em prémios de seguros automóvel e de 15,5% em lar, em ambos os casos valores muito superiores à média do sector em Espanha. Esta companhia mantém a elevada rentabilidade do negócio, com um ROE de 33,9% e com um rácio combinado de 89,2%.

No que se refere ao negócio do Bankinter Portugal, os recursos de Clientes atingiram a 30 de junho deste ano os 4.000 milhões de euros, mais 35% que há um ano. O crédito concedido ascende a 4.600 milhões de euros, o que representa um crescimento de 4% no mesmo período. A margem bruta desta sucursal conclui este semestre nos 75,3 milhões de euros e com um resultado antes de impostos de 18,8 milhões de euros.

Por fim, no que se refere à linha de negócio de Financiamento ao Consumo, desenvolvido através do Bankinter Consumer Finance, continua a bater recordes e alcançou no final de junho deste ano um milhão de Clientes, 25% mais que há um ano, e um volume de crédito concedido de 1.200 milhões de euros, o que representa um crescimento de 43% em relação a 30 de junho de 2016.

Uma parte importante dos êxitos de todas e cada uma destas cinco linhas de negócio está suportada na proposta digital do Bankinter que melhora a experiência dos Clientes na sua relação com o Banco, torna-o mais eficiente e proporciona uma maior escalabilidade aos negócios.

Nesse processo de digitalização global que o Banco está a implementar, destaca-se o lançamento neste trimestre de projetos como o novo broker de ações, a assinatura omnicanal, a nova App de empresas, etc..

Por último, a ação do Bankinter (BKT) terminou o trimestre com um valor de 8,07 euros por ação, o que o representa uma valorização de quase 40% no período de um ano.

Principais valores do 1º semestre de 2017

 

30/06/2017

30/06/2016

Valor

Dif. %

Margem de juros líquida (milhões €)

529,7

463,6

66,1

14,3

Margem bruta (milhões €)

922,3

835,5

86,8

10,4

Resultado antes de provisões (milhões €)

451,6

406,7

45,0

11,1

Resultado antes de impostos (milhões €)

331,7

401,6

-69,9

-17,4

Resultado líquido atribuído ao grupo (milhões €)

241,0

286,0

-45,0

-15,7

Resultado líquido (sem o Bankinter Portugal)

227,4

195,3

32,1

16,4

 

 

 

 

 

Ativos totais (milhões €)

71.180,4

65.890,6

5.289,8

8,0

Total de crédito a Clientes (milhões €)

52.049,6

50.238,0

1.811,7

3,6

Recursos totais de clientes (milhões €)

46.570,3

41.513,0

5.057,3

12,2

Recursos geridos fora do balanço (milhões €)

25.237,0

22.413,3

2.823,6

12,6

 

 

 

 

 

Taxa de incumprimento (%)

3,74

4,25

-0,51 pp

 

Cost-to-income (%)*

46,60

44,50

2,1 pp

 

ROE (%)

12,17

12,91

-0,74 pp

 

Rácio de capital CET1 (%)

11,62

11,77

-0,16 pp

 

*Na atividade bancária, incluindo depreciações e amortizações.