O Bankinter inicia 2017 com um forte impulso do negócio e um resultado de 124,4 milhões de euros no primeiro trimestre, mais 18,7%

27/04/2017
  • O Banco volta a aumentar os seus resultados no primeiro trimestre de 2017, depois de dois anos consecutivos de resultados recorde.

  • A margem de juros cresce 17,1%, ou em 5,6% excluindo o negócio em Portugal, pese embora o enquadramento de taxas de juro em mínimos.

  • O Bankinter desenvolveu uma estratégia baseada em cinco linhas de negócio, equilibradas e rentáveis: Banca de Empresas, Banca Comercial, Crédito ao Consumo, Línea Directa (seguros) e Bankinter Portugal.

O Grupo Bankinter começa o exercício de 2017 mantendo a robustez do seu negócio e a tendência de crescimento rentável manifestada nos exercícios anteriores. Assim, o resultado líquido do Grupo situou-se no final do primeiro trimestre em 124,4 milhões de euros e os resultados antes de impostos nos 171,6 milhões de euros, o que representa crescimentos de 18,7% e de 16,3%, respetivamente.

Estes resultados incluem os dados da operação do Bankinter em Portugal, os quais não constavam no primeiro trimestre do ano passado, uma vez que só no dia 1 de abril se concluiu a transição para o Bankinter de todo o negócio adquirido ao Barclays neste país. Deste modo, para serem mais comparáveis, o resultado líquido trimestral do Bankinter sem considerar Portugal seria de 120,6 milhões de euros, 15,1% superior ao primeiro trimestre de 2016 e os resultados antes de impostos 167,9 milhões, mais 13,8%.

O Bankinter mantém a sua posição como entidade mais rentável entre os Bancos cotados em Espanha, com a rentabilidade sobre o capital investido, ROE, nos 12%.

Simultaneamente, o Bankinter continua a beneficiar da qualidade dos seus ativos, com uma taxa de incumprimento que desce para 3,88%, face a 3,95% de há um ano, mesmo assumindo os valores de incumprimento do negócio português. Excluindo os valores de Portugal, o incumprimento situa-se nos 3,47%, um rácio que é menos de metade da média do sector em Espanha.

No que se refere à solvência, o Bankinter fecha o trimestre com um rácio de capital CET1 fully loaded de 11,3%, e de 11,6% em CET1 phased-in, muito acima das exigências do BCE aplicáveis em 2017 para o Bankinter, que se situam nos 6,5%, as mais baixas da banca em Espanha.

Paralelamente, o Banco continua a melhorar a sua estrutura de financiamento, com um rácio de depósitos sobre créditos que alcança já os 92,4%, quando há um ano se situava nos 87,2%, e com um gap de liquidez de 4.100 milhões de euros, que pressupõe uma redução de 1.300 milhões de euros sobre os mesmos dados no final de 2016.

O Bankinter também não tem vencimentos de emissões obrigacionistas até final deste ano e as que vencem até 2020 – com diferenciais que reduziram significativamente - totalizam 2.200 milhões de euros. Para fazer face a estes vencimentos o Banco dispõe de ativos líquidos no valor de 10.400 milhões de euros e uma capacidade de emissão de obrigações no valor de 8.500 milhões de euros.

Forte crescimento em todas as margens

Apesar do contexto, os resultados apresentados pelo Grupo Bankinter continuam a apresentar margens robustas, incluindo ou excluindo os dados do negócio de Portugal.
 
Assim, a margem de juros do Bankinter atinge no final do trimestre os 257,7 milhões de euros, um crescimento de 17,1% mais do que há um ano e que, excluindo Portugal, seria de mais 5,6%.

No que se refere à margem bruta totaliza, a 31 de março, 467,4 milhões de euros, o que representa mais 13,8% que no primeiro trimestre de 2016. Se excluirmos Portugal, o crescimento entre estas duas datas seria de 5,5%.

No que se refere à margem de exploração, concluiu o trimestre com 234,8 milhões de euros, 10,8% mais do que há um ano, e que apesar de assumir custos maiores que no primeiro trimestre de 2016 (os relativos ao negócio português que ainda não estava integrado e outros relacionados com a transformação digital), a diferença entre receitas e custos é atualmente superior que há um ano, pelo que o rácio de eficiência da atividade bancária com amortizações, se situa nos 46,6%.

Também sem considerar o negócio de Portugal, a margem de exploração cresce 4,6% no ano.

Relativamente ao balanço do Bankinter, os ativos totais do Grupo, incluindo o negócio português, terminam o trimestre nos 69.596 milhões de euros, o que representa mais 13% que no primeiro trimestre de 2016.

Quanto ao volume total de crédito a Clientes, totaliza 51.287 milhões de euros, mais 15,7% que há um ano.

Os recursos controlados observam um crescimento similar, para os 76.475,7 milhões de euros, 15,4% mais que em março de 2016, com especial incidência nos recursos de Clientes, 45.278,3 milhões de euros, que crescem 24,3%, e os recursos geridos fora de balanço (fundos de investimento, fundos de pensões e gestão patrimonial), que crescem 21,5% face a março de 2016.

Não obstante, sem ter em conta os dados do negócio de Portugal, ambas as rúbricas – recursos e crédito – sustentam crescimentos muito relevantes.

Assim, o crédito a Clientes – não incluindo Portugal – alcançou, a 31 de março de 2017, os 46.657,6 milhões de euros, mais 5,3% que há um ano, o que representa um crescimento puramente orgânico em crédito de 2.337,6 milhões de euros, enquanto o sector reduziu o volume de crédito em 2,9%.

Em relação aos recursos de Clientes não considerando Portugal, totalizam no final deste primeiro trimestre de 2017 os 41.233,2 milhões de euros, com um crescimento de 13,2% no ano.

Cinco linhas de negócio equilibradas e rentáveis

Os resultados voltam a demonstrar que a atividade com Clientes do Bankinter continua a ser a principal fonte de receitas do Grupo. Assim, o Banco desenvolveu uma estratégia baseada em cinco linhas de negócio, equilibradas e rentáveis que são: Banca de Empresas, Banca Comercial, Crédito ao Consumo, Línea Directa (seguros) e Bankinter Portugal.

A linha que mais contribui para a margem bruta é a Banca de Empresas, que aporta 29%. A concessão de crédito a empresas atinge no final de março de 2017 os 21.600 milhões de euros, face aos 19.700 milhões de há um ano. Excluindo os dados do negócio em Portugal, o volume em março de 2017 ficaria nos 20.800 milhões de euros, o que representa um crescimento puramente orgânico de 5,2% sobre o saldo de há um ano, quando o sector em Espanha reduziu o volume de crédito a empresas em 4% nesse mesmo período. Também se fortaleceu a atividade comercial e transacional com empresas, o que pressupõe um maior vínculo com os clientes. Destaca-se, uma vez mais, o negócio internacional de empresas que regista um crescimento de 17% na sua margem bruta face ao primeiro trimestre de 2016.

Quanto à Banca Comercial, ou de pessoas físicas, destaca-se a boa evolução nos segmentos de Banca Privada e de Banca de Particulares, que são chave na estratégia do Banco. Quanto ao primeiro, o património gerido destes clientes soma 33.100 milhões de euros, mais 17% que o património gerido no primeiro trimestre de 2016. Em relação à Banca de Particulares, o património gerido ascende aos 19.700 milhões de euros, mais 14%.

Nesta linha de negócio da Banca Comercial destacam-se os resultados de dois produtos em que o banco vem apostando há algum tempo e que representam uma clara via de entrada de novos clientes: a Conta Ordenado e os Créditos Hipotecários. No primeiro, a carteira deste tipo de contas ascende a 5.856 milhões de euros, 33% mais que há 12 meses. Por sua vez, a nova produção de Crédito Habitação mantém uma tendência positiva, com um volume de nova produção gerado entre março de 2016 e março de 2017 de 2.346 milhões de euros, o que representa um crescimento de 17% face ao período anterior.

A terceira área de negócio em termos de contribuição para a margem bruta é a Línea Directa. O número de apólices da companhia de seguros alcançou em março de 2017 os 2,64 milhões. O crescimento é de 7,7% em apólices de seguro automóvel e de 15% em lar. Quanto aos prémios somam 188,8 milhões de euros, face aos 172,2 milhões de há um ano, o que representa um crescimento muito superior ao do sector, que está na ordem dos 4%. Esta companhia mantém a elevada rentabilidade do negócio, com um ROE de 33,7% e com um rácio combinado de 88,7%.

É também notável a evolução da linha de negócio de Financiamento ao Consumo, desenvolvido através do Bankinter Consumer Finance. Esta filial alcançou uma carteira de 952.000 clientes, mais 25% nestes 12 meses. O volume de crédito concedido atinge também os 1.118 milhões de euros, o que representa um crescimento de 44% em relação a 31 de março de 2016.

No que se refere ao negócio do Bankinter Portugal, os recursos de clientes atingem os 4.000 milhões de euros, mais 46% que no primeiro trimestre de 2016. O crédito concedido ascende a 4.600 milhões de euros, o que representa um crescimento de 3% no período. Em relação à margem bruta conclui março nos 34,2 milhões de euros.

Por último, deve-se mencionar os dados relativos à atividade digital do Bankinter que conta com uma base de clientes que utiliza cada vez mais os canais digitais na sua relação com o Banco. Assim, cerca de 30% dos clientes do Bankinter utilizam exclusivamente os canais online; 61% são clientes com uma utilização “mista”, usando indistintamente os canais tradicionais e os canais digitais; e só 9% seriam os chamados clientes “tradicionais”, que se relacionam maioritariamente com o Banco através das agências e da banca telefónica. Pelo seu lado, os dados do portal digital de poupança Coinc demonstram a consolidação deste site financeiro que conta já com 118.000 clientes, mais 31% que há um ano e um património de poupança de 1.300 milhões de euros, mais 19%.

Principais valores do 1º trimestre de 2017

 

31/03/2017

31/03/2016

Valor

Dif. %

Margem de juros (milhões €)

257,7

220,1

37,6

17,1

Margem bruta (milhões €)

467,4

410,8

56,7

13,8

Resultado antes de desvalorização (milhões €)

234,8

211,8

22,9

10,8

Resultado antes de impostos (milhões €)

171,6

147,6

24

16,3

Resultado líquido atribuído ao grupo (milhões €)

124,4

104,8

19,6

18,7

 

 

 

 

 

Ativos totais (milhões €)

69.596

61.607,2

7.988,9

13

Total de crédito a Clientes (milhões €)

51.287

44.320

6.967

15,7

Recursos de clientes (milhões €)

45.278,3

36.434,6

8.843,7

24,3

Recursos geridos fora do balanço (milhões €)

24.688,5

20.325,1

4.363,4

21,5

 

 

 

 

 

Taxa de incumprimento (%)

3,88

3,95

-0,07 p.p.

 

ROE (%)

12

10,66

1,34 p.p.

 

Rácio de capital CET1 (%)

11,59

11,77

-0,18 p.p.