O Bankinter regista em 2016 resultados recorde de 490 milhões de euros, mais 30,4%, com um forte crescimento em todas as linhas de negócio.

26/01/2017
  • Os resultados mostram um forte crescimento do negócio típico com clientes, ao captar mais 27,5% em recursos de retalho e 16,2% mais em crédito.

  • O Bankinter mantém-se como a entidade financeira mais rentável do mercado em Espanha e uma das mais solventes.

  • A margem de juros cresce 12,6%, ou em 5,1% excluindo o negócio em Portugal, pese embora o enquadramento de taxas de juro em mínimos.

26/01/2017 – O Grupo Bankinter fecha o exercício de 2016 com um resultado novamente recorde na sua história e confirmando-se como a entidade mais rentável entre os bancos cotados em Espanha. Os resultados líquidos do Grupo são de 490,1 milhões de euros e os resultados antes de impostos de 676,7 milhões de euros, o que representa crescimentos em relação ao ano transato de 30,4% e de 30,1%, respetivamente.

Saliente-se que estes resultados, baseados no negócio típico com clientes, incluem dados da operação do Bankinter em Portugal, depois de concluída no passado dia 1 de abril a aquisição de negócios do Barclays neste país. Sem considerar esta operação os resultados líquidos seriam de 426,5 milhões de euros, mais 13,4% em relação ao ano anterior e os resultados antes de impostos seriam de 588,8 milhões de euros, mais 13,2%.

A rentabilidade sobre o capital investido, ROE, sem contar com a operação portuguesa, situa-se nos 10,9%.

Simultaneamente, o Bankinter continua a beneficiar do êxito da sua gestão de riscos, com uma qualidade de ativos que é outra vez a melhor da banca cotada em Espanha.

A taxa de incumprimento reduz para 4,01%, face a 4,13% de há um ano, isso incluindo os valores de incumprimento do negócio português, superiores aos do Grupo em termos relativos. Excluindo os valores de Portugal, o incumprimento situa-se nos 3,56%, um rácio que é menos que metade da média do sector em Espanha.

No que se refere à solvência, o Bankinter fecha o ano com um rácio de capital CET1 fully loaded de 11,2%, e de 11,77% em CET1 phased-in, muito acima das exigências do BCE aplicáveis em 2017 para o Bankinter, depois do exercício de revisão e avaliação do supervisor (SREP) e que se situa nos 6,5%, as mais baixas da banca em Espanha.

Paralelamente, o banco melhorou a sua estrutura de financiamento, com um rácio de depósitos sobre créditos de 90,4%, em relação aos 83,5% de há um ano; e com um gap de liquidez de 5.400 milhões de euros, menos 3.100 milhões de euros que no final de 2015.

Os vencimentos de emissões obrigacionistas pendentes até 2019 totalizam 2.600 milhões de euros, para os quais o banco dispõe de ativos líquidos no valor de 10.000 milhões e uma capacidade de emissão de obrigações no valor de 6.700 milhões.

Crescimento nas margens apesar do contexto

Os resultados apresentados pelo Grupo Bankinter margens fortes, quer incluindo os dados do negócio de Portugal, como mantendo o foco unicamente nos dados comparáveis com o ano anterior.
 
Assim, a margem de juros do Bankinter encerra o exercício com 979 milhões de euros, um crescimento de 12,6% em relação ao ano anterior e que, excluindo Portugal, seria um crescimento de 5,1%.

No que se refere à margem bruta totaliza, a 31 de dezembro, 1.717,4 milhões de euros, o que representa mais 9,5% mais que há um ano. Se excluirmos Portugal o aumento seria de 3,7%.

No que se refere à margem de exploração, concluiu o ano nos 815,1 milhões de euros, 0,9% mais que há um ano, apesar de incluir os custos resultantes da integração do negócio de Portugal e outros relativos aos projetos de digitalização. O rácio de eficiência da atividade bancária com amortizações, situa-se nos 45,1% e nos 42,9%, excluindo a atividade em Portugal.

Relativamente ao balanço do Bankinter, os ativos totais do Grupo, incluindo o negócio português, terminam o exercício nos 67.182,5 milhões de euros, o que representa mais 14,5% que em 2015.

Quanto ao volume total de crédito a Clientes, totaliza 51.333,7 milhões de euros, mais 16,2% que há um ano.

Por seu lado o total de recursos regista um crescimento notável para os 75.411,8 milhões de euros, 15,5% mais que no fecho de 2015, com especial incidência nos recursos de Clientes, 44.127,8 milhões de euros, que crescem 27,5%, e os recursos geridos fora de balanço (fundos de investimento, fundos de pensões e gestão patrimonial), que crescem 12,1% face ao ano anterior.

Não obstante, excluindo os dados de Portugal, quer os recursos, quer o crédito, mantêm uma boa tendência de crescimento.

Assim, o crédito a Clientes, não incluindo Portugal, alcança no final de 2016 os 46.777,1 milhões de euros, mais 5,9% que há um ano, ou 2.594,5 milhões de crescimento orgânico no ano, enquanto o sector reduziu o volume de crédito em 3,1%.

Em relação aos recursos de Clientes não considerando Portugal, totalizam a 31 de dezembro 40.451,4 milhões de euros, 16,9% de crescimento num ano, enquanto o sector em Espanha registou um crescimento de recursos de Clientes de apenas 2,8%.

Linhas de negócio equilibradas e rentáveis
 
Os resultados demonstram que o negócio com Clientes do Bankinter mantém todo o seu potencial, vê ampliado o seu perímetro depois da abertura estratégica no mercado português e continua a ser a principal fonte de receitas do Grupo.

O maior contributo para a margem bruta do Banco tem origem no negócio de Empresas, destacando-se uma vez mais a concessão de crédito, com uma carteira que atinge os 21.700 milhões de euros incluindo os dados do negócio em Portugal e que, sem essa inclusão, seria de 21.000 milhões, o que representa um crescimento puramente orgânico de 6,7% sobre o saldo de há um ano, quando o sector em Espanha reduziu o volume de crédito a empresas em 5%. É também de destacar a consolidação do negócio internacional de empresas no Bankinter como uma das atividades mais pujantes, que regista um crescimento de 27% na sua margem bruta.

No que se refere à Banca Comercial, de pessoas físicas, destacam-se os crescimentos em dois dos produtos em que o banco tem apostado mais nos últimos tempos, dada a forte capacidade de vinculação que geram com os Clientes: a Conta Ordenado e os Créditos Hipotecários. No primeiro a carteira deste tipo de contas totaliza no final do ano 5.589 milhões de euros, o que representa um crescimento de 33,1% em relação a 2015. Por sua vez a nova produção de Crédito Habitação mantém a tendência de crescimento dos anos anteriores, com um volume de nova produção que termina o exercício em 2.334 milhões de euros, 25,7% mais que há um ano, quando sector em Espanha, no seu conjunto, apenas cresceu 8%.

Dentro dos diferentes segmentos de pessoas físicas, é de assinalar o negócio de Banca Privada, que continua a ser um marco reconhecido do Bankinter. O património gerido dos Clientes deste segmento soma 31.200 milhões de euros, mais 11,4% que há um ano, com um crescimento em património líquido novo de 3.500 milhões de euros.

É também significativa a evolução positiva do negócio de Financiamento ao Consumo, desenvolvido pela empresa Bankinter Consumer Finance. Esta filial alcança os 898 mil clientes, mais 23% do que no final de 2015. O volume de crédito concedido atinge os 1.045 milhões de euros, um crescimento de 46% nestes 12 meses.

Em relação à seguradora Línea Directa, o número total de apólices alcança em dezembro os 2,57 milhões, face aos 2,37 milhões de há um ano. O crescimento é de 7,1% em apólices de seguro automóvel e de 13,5% em lar. Quanto aos prémios somam no final do ano 738,7 milhões de euros, face aos 679,7 milhões em 2015. A Línea Directa mantém a alta rentabilidade do negócio, com um ROE de 33,2%.

No que se refere ao negócio do Bankinter Portugal, o resultado nestes nove meses, entre 1 de abril e 31 de dezembro, permite suportar fundadas esperanças sobre o seu potencial: os recursos de clientes cresceram 24% e o crédito 3%. A margem bruta deste negócio fecha o ano em 90,2 milhões de euros e com resultados antes de impostos de 7,7 milhões de euros.

Os dados relativos ao negócio da Banca Digital merecem uma referência especial, com um número cada vez maior de clientes que utilizam a proposta de valor do Bankinter. Assim, 31% dos Clientes do Bankinter utilizam exclusivamente os canais online para relacionar-se com o Banco; 60% são Clientes com uma utilização “mista”, usando indistintamente os canais tradicionais e os canais digitais; e só 9% seriam os chamados Clientes “tradicionais”, que se relacionam maioritariamente com o Banco através das agências e da banca telefónica.

Principais valores do exercício de 2016

 

31/12/2016

31/12/2015

Valor

Dif. %

Margem de juros (milhões €)

979,0

869,5

109,6

12,6

Margem bruta (milhões €)

1.717,4

1.568,8

148,6

9,5

Resultado antes de desvalorização (milhões €)

815,1

807,8

7,4

0,9

Resultado antes de impostos (milhões €)

676,7

520,3

156,4

30,1

Resultado líquido atribuído ao grupo (milhões €)

490,1

375,9

114,2

30,4

 

 

 

 

 

Ativos totais (milhões €)

67.182,5

58.659,8

8.522,7

14,5

Total de crédito a Clientes (milhões €)

51.333,7

44.182,6

7.151,1

16,2

Recursos totais (milhões €)

75.411,8

65.317,5

10.094,2

15,5

Recursos geridos fora do balanço (milhões €)

23.542,3

21.003,1

2.539,3

12,1

 

 

 

 

 

Taxa de incumprimento (%)

4,01

4,13

-0,12 p.p.

 

Rácio de eficiência (%)*

45,1

43,7

1,5 p.p.

 

ROE (%)**

10,9

10,9

0,00 p.p.

 

Rácio de capital CET1 (%)

11,77

11,77

0,00 p.p.