O Bankinter obtém um resultado líquido de 400 milhões de euros até setembro, mais 34%, graças ao crescimento do crédito e dos recursos

20/10/2016
  • O Banco é uma das entidades financeiras mais rentáveis de Espanha, com um ROE de 13,2% (10,7% não incluindo o negócio de Portugal recentemente adquirido).

  • A margem de juros cresceu 10% num ano (ou 4% sem incluir a sucursal portuguesa), apesar do contexto de baixas taxas de juro.

O Grupo Bankinter alcançou, até 30 de setembro de 2016, um resultado líquido consolidado de 400 milhões de Euros e um resultado antes de impostos de 547,8 milhões, o que representa um crescimento de 33,6% e de 30,7%, respectivamente, comparado com o mesmo período do ano passado. Em linha com a tendência dos trimestres anteriores, o negócio recorrente de Clientes continua a ser a maior fonte de receitas.

Saliente-se que estes resultados incluem dados da operação do Bankinter em Portugal, depois de concluída no passado dia 1 de abril a aquisição de negócios do Barclays neste país. Sem considerar esta operação os resultados líquidos seriam de 335,5 milhões de euros, mais 12% em relação a setembro de 2015 e os resultados antes de impostos seriam de 451,9 milhões de euros, mais 7,8%.

A rentabilidade sobre o capital investido, ROE, cresce para 13,2%, o mais elevado do sector financeiro em Espanha, potenciado pelo efeito positivo do “badwill” de Portugal. Excluindo este efeito extraordinário, situa-se nos 10,7%.

Simultaneamente, o Bankinter mantém a sua tradicional vantagem competitiva em termos da qualidade dos seus ativos e níveis de solvência.

Em relação à primeira, a qualidade dos ativos continua muito favorável, com uma taxa de incumprimento a 30 de setembro de 2016 de 4,19%, menos 16 pontos base que há 12 meses, sendo de 3,67% se considerado apenas o negócio em Espanha. O nível de cobertura por provisões cresce para 50,6% face aos 42,2% existentes há 12 meses.

No que se refere à solvência, o Bankinter dispõe de um rácio de capital CET1 fully loaded de 11,5%, 10 pontos base acima do trimestre anterior e muito superior às exigências regulatórias.

O banco melhorou a sua estrutura de financiamento, reforçando o rácio de depósitos sobre créditos para 91%, em relação aos 83,5% de há um ano; e com um gap de liquidez de 5.000 milhões de euros, menos 44% em relação ao terceiro trimestre de 2015.

Os vencimentos de emissões obrigacionistas pendentes até 2019 totalizam 2.600 milhões de euros, para os quais o banco dispõe de ativos líquidos no valor de 10.700 milhões e uma capacidade de emissão de obrigações no valor de 7.100 milhões.

Crescimento nas margens apesar do contexto

Apesar das dificuldades próprias de um contexto de baixas taxas de juros, a margem de juros do Bankinter atinge, a 30 de setembro, os 712,8 milhões de euros, com um crescimento de 10% em relação ao ano anterior e que, excluindo Portugal, seria de 4,4%, suportado em maiores volumes, tanto em crédito como em recursos, e uma melhoria do mix de negócio.

No que se refere à margem bruta, conclui o terceiro trimestre com 1.269,9 milhões de euros, o que representa mais 5,9% que há 12 meses, e 1,3% de crescimento excluindo a operação em Portugal.

A margem antes de provisões terminou setembro nos 615,1 milhões de euros, apenas 1,9% inferior que há um ano, apesar dos custos resultantes da integração do negócio de Portugal. Não obstante, o rácio de eficiência da actividade bancária com amortizações, situa-se nos 44,6% e nos 42,4%, excluindo a actividade em Portugal.

No balanço do Bankinter, os activos totais do Grupo, incluindo o negócio português, ascendem aos 66.293,7 milhões de euros, o que representa mais 13,1% que em setembro de 2015.

Quanto ao volume de crédito a Clientes, totaliza 50.386,5 milhões de euros, mais 16,2% que há um ano. Os recursos de Clientes alcançam os 43.502,8 milhões de euros, mais 30,8%. Os recursos geridos fora de balanço representam um património total de 22.760,9 milhões de euros, mais 13%. Entre estes, os fundos de investimento geridos e comercializados ascendem a 15.653,8 milhões de euros, mais 16,8%.

Não obstante, excluindo os dados de Portugal, quer os recursos, quer o crédito, mantêm a tendência de crescimento.

Assim, o crédito a Clientes, não incluindo Portugal, alcança no final do terceiro trimestre os 46.002 milhões de euros, mais 6,1% que há um ano, o que representa um crescimento orgânico no ano de 2.622,4 milhões, enquanto o sector reduziu o volume de crédito em 3%, segundo dados de agosto do Banco de Espanha.

Em relação aos recursos de Clientes não considerando Portugal, verifica-se um crescimento bastante mais significativo: mais 20,2% comparado com setembro de 2015, atingindo os 39.959,3 milhões de euros, enquanto o sector em Espanha registou um crescimento de recursos de Clientes de apenas 2,9%, segundo os dados do Banco de Espanha referentes a agosto.

Um negócio que amplia o seu perímetro ao mercado português

Os resultados demonstram a boa evolução do negócio com Clientes nos segmentos e negócios estratégicos, que agora estão potenciados pelo início da actividade do Banco no mercado português.   

Um dos negócios estratégicos, o da Banca de Empresas, continua a dar mostras de uma boa evolução, destacando-se, uma vez mais, a concessão de crédito, com uma carteira atinge os 21.200 milhões de euros incluindo os dados do negócio em Portugal e que, sem essa inclusão, seria de 20.600 milhões, o que representa um crescimento puramente orgânico de 8,1% sobre o saldo de há um ano, quando, segundo os dados de agosto do Banco de Espanha, o sector reduziu o volume de crédito a empresas em 5%. É também de destacar o protagonismo do negócio internacional de empresas no Bankinter, com um crescimento de 25% na sua margem bruta.

No que se refere ao negócio de Banca Privada, continua a tendência dos exercícios passados. O património de Clientes gerido alcançou os 29.600 milhões de euros, mais 10,2% que há um ano, apesar de ter sofrido uma diminuição de 800 milhões por efeito de mercado.

Salienta-se ainda o negócio de Financiamento ao Consumo, desenvolvido pela empresa Bankinter Consumer Finance. A carteira de Clientes atinge os 845 mil, com um crescimento de 43% numa base anual e um volume de crédito concedido na ordem dos 940 milhões de euros, mais 49% que em setembro de 2015.

No âmbito comercial, destacam-se a evolução positiva no Crédito Habitação e na Conta Ordenado, produtos que geraram um grande envolvimento dos Clientes com o Banco e que representam um veículo para a concretização de mais negócio. Assim, a nova produção de crédito habitação mantém a tendência de crescimento de anos anteriores, com um volume de nova produção nestes nove primeiros meses de 1.648 milhões de euros, face aos 1.318 milhões de euros de produção realizada pelo Banco no mesmo período de 2015, ou aos 1.009 milhões de euros em igual período de 2014.

Em relação à carteira de contas ordenado, os saldos atingem os 5.066 milhões de euros, mais 29% que há um ano.

Em relação à seguradora Línea Directa, o número total de apólices observou um crescimento de 7,8% para 2,52 milhões apólices. Os prémios também cresceram proporcionalmente: Mais 8,6% em base anual, para um total de 551,9 milhões de euros. A Línea Directa mantém a alta rentabilidade do negócio, com um ROE de 30,2%, e com as melhores margens do mercado.

Merece também um especial relevo a digitalização dos Clientes e o negócio online. Assim, 38% dos Clientes do Bankinter utilizam exclusivamente os canais online para relacionar-se com o Banco; 48% são Clientes com uma utilização “mista”, usando indistintamente os canais tradicionais e os canais online; e 14% são os chamados Clientes “tradicionais”, que se relacionam maioritariamente com o Banco através das agências e da banca telefónica.

Principais valores do terceiro trimestre de 2016

 

30/09/2016

30/09/2015

Valor

Dif. %

Margem de juros (milhões  €)

712,8

648,1

64,7

10

Margem bruta (milhões  €)

1.269,9

1.199,7

70,2

5,9

Resultado antes de desvalorização (milhões  €)

615,1

627,3

-12,2

-1,9

Resultado antes de impostos (milhões €)

547,8

419,1

128,7

30,7

Resultado líquido atribuído ao grupo (milhões €)

400,0

299,5

100,5

33,6

 

 

 

 

 

Ativos totais (milhões  €)

66.293,7

58.625,8

7.667,9

13,1

Créditos a Clientes (milhões €)

50.386,5

43.379,6

7.006,9

16,2

Recursos sob gestão (milhões €)

74.046,1

62.905

11.141,1

17,7

Recursos geridos fora do balanço (milhões  €)

22.760,9

20.142,8

2.618,1

13,0

 

 

 

 

 

Taxa de incumprimento (%)

4,19

4,35

-0,16 p.p.

 

Rácio de eficiência (%)*

44,60

44,00

0,60 p.p.

 

ROE ajustado (%)

13,23

10,65

2,58 p.p.

 

Rácio de capital CET1 (%)

11,89

11,85

0,04 p.p.

 

(*) Da atividade bancária, com amortizações.