Bankinter obtém um resultado líquido de 286 milhões de euros no primeiro semestre, um crescimento de 45%, depois de consolidar resultados da sua operação em Portugal

21/07/2016
  • O Banco consolida o crescimento em todos os negócios estratégicos e amplia o seu perímetro com a nova operação de Portugal.

  • Os créditos a Clientes crescem 6,3% para os 45.809 milhões de euros, excluindo Portugal, o que contrasta com a quebra do crédito a empresas e famílias na economia espanhola.

  • O rácio de incumprimento situa-se em 4,25%, já integrando o novo negócio, menos de metade da média do sector. Em termos comparáveis com o trimestre anterior este indicador seria de 3,75%.

O Grupo Bankinter mantém no final do primeiro semestre de 2016 os pontos fortes que, tradicionalmente, têm suportado os seus resultados, assim como a solidez do seu balanço e dos seus ativos.

Os dados apresentados a 30 de junho já incluem os números da operação do Bankinter Portugal, depois de, no passado dia 1 de abril, se ter concluído a aquisição das operações de Banca de Particulares, Banca Privada e Banca de Empresas que o Barclays detinha no mercado português.

Assim, o Grupo alcançou, a 30 de junho de 2016, um resultado líquido consolidado de 286 milhões de Euros e um resultado antes de impostos de 401,6 milhões, o que representa um crescimento de 45% e de 44,4%, respetivamente, comparado com o mesmo período do ano passado.

Sem considerar o “badwill” da operação de compra da rede de retalho do Barclays em Portugal, o resultado líquido seria de 203 milhões de euros, mais 2,9% em relação a junho de 2015 e um resultado antes de impostos de 286,8 milhões de euros, mais 3,2%.

A rentabilidade sobre o capital investido, ROE, cresce até 12,9%, devido ao efeito positivo do “badwill” de Portugal. Excluindo este efeito extraordinário, mantém-se nos 10,5%, o mais elevado da banca em Espanha.

Simultaneamente, o Bankinter mantém a boa qualidade dos seus ativos e mantém os níveis de solvência entre os mais elevados da banca espanhola.

Em relação à qualidade dos ativos, a taxa de incumprimento situa-se nos 4,25%, face aos 4,43% de há um ano, um rácio que representa metade da média do sector em Espanha, que em maio se situava nos 9,8%. Isto depois de assumir os créditos de cobrança duvidosa da filial em Portugal, bastante superiores, em termos relativos, aos do Grupo. Em termos comparáveis com o trimestre anterior a taxa de incumprimento seria de 3,75%.

No que se refere à solvência, o Bankinter dispõe de um rácio de capital CET1 fully loaded de 11,4%, que se mantém elevado mesmo com a aquisição da operação em Portugal e muito superior às exigências regulatórias.
 
Do mesmo modo, o banco melhorou a sua estrutura de financiamento, reforçando o rácio de depósitos sobre créditos para 87,1% em relação aos 81,1% de há um ano; e com um gap de liquidez de 7.100 milhões de euros, menos 23% em relação ao primeiro semestre de 2015.

Simultaneamente, os vencimentos de emissões obrigacionistas pendentes até 2019 ascendem a 3.600 milhões de euros, para os quais o banco dispõe de ativos líquidos no valor de 9.600 milhões e uma capacidade de emissão de obrigações no valor de 6.100 milhões.
 
Resiliência nas margens
 
Apesar da atual situação das taxas, a margem de juros do Bankinter mostra-se estável e atinge, a 30 de junho deste ano, 463,6 milhões de euros, com um crescimento de 7,3% em relação ao ano anterior e que, excluindo Portugal, seria de 3%, suportado em maiores volumes, tanto em crédito como em recursos, e uma melhoria do mix.
 
Em relação à margem bruta, o semestre terminou com 835,5 milhões de euros, o que representa mais 3,6% que há um ano e se mantém constante, excluindo a aquisição da operação em Portugal.

A margem antes de provisões terminou junho nos 406,7 milhões de euros, menos 4,6% que há 12 meses, devido a um crescimento dos custos resultantes do investimento em novos negócios estratégicos, na melhoria dos sistemas tecnológicos, assim como os originados pela integração do negócio de Portugal. Não obstante, o rácio de eficiência da atividade bancária com amortizações, situa-se nos 44,5% e nos 42,5%, excluindo Portugal.
 
Quanto ao balanço do Bankinter, os ativos totais já consolidados ascendem, no final do semestre, aos 65.890,6 milhões de euros, o que representa mais 13,7% que em junho de 2015.
 
Da mesma forma, o volume de crédito a Clientes alcança os 50.238 milhões de euros, mais 16,5% que há um ano. Os recursos de Clientes alcançam os 41.513 milhões de euros, mais 27,5%. Os recursos geridos fora de balanço acumulam um património total de 22.413,3 milhões de euros, mais 11,7%.

Não obstante, excluindo os dados de Portugal, ambas as rubricas do balanço, recursos e crédito mantêm a tendência de crescimento dos trimestres passados.

Assim, o crédito a Clientes, não incluindo Portugal, voltou a revelar sinais de robustez alcançando, no final do semestre, os 45.808,8 milhões de euros, mais 6,3% que há um ano, número que contrasta com a descida de 3,7% no crédito a empresas e a famílias no mercado espanhol, segundo os últimos dados publicados pelo Banco de Espanha. No que se refere ao negócio de Empresas, o crescimento do crédito, excluindo Portugal, foi de 7,8%. Em relação aos recursos de Clientes, verifica-se um crescimento ainda mais significativo: mais 18,4% comparado com junho de 2015, atingindo os 38.545,8 milhões de euros.

 
Um negócio de Clientes em crescimento
 
A boa evolução no negócio com Clientes do Banco - que a partir de agora, depois da consolidação dos dados de Portugal, ampliou o seu perímetro de atuação - foi muito significativa em todos os segmentos estratégicos: Banca Privada, Banca de Empresas, Seguros e o Financiamento ao Consumo, entre outros.  

Na Banca Privada, o património de Clientes gerido alcançou os 28.500 milhões de euros, mais 7,5% que há um ano, apesar de ter sofrido uma diminuição de 1.400 milhões por efeito de mercado. Mesmo assim, o Bankinter mantém a sua posição de liderança no ranking de sicavs em Espanha, com 469 sociedades, 14% mais que em junho de 2015 e com uma quota de mercado de 13,9%, muito superior ao que corresponderia à sua quota por dimensão.
 
No segmento de Empresas destaca-se uma vez mais o investimento creditício com uma carteira que, sem ter em conta os dados consolidados de Portugal, atinge os 20.400 milhões de euros no final de junho, o que representa um crescimento orgânico de 7,8% face aos valores do mesmo período no ano passado e com uma quota de mercado de 6% em novas operações.

Em relação à Seguradora Línea Directa, os resultados mantêm a tendência de crescimento, com o número total de apólices que totalizam 2,48 milhões, mais 7,2% que há um ano. Destaca-se o crescimento em seguros de lar: mais 13,9%. A Línea Directa mantém a alta rentabilidade do negócio, com um ROE de 29,7%, e com o melhor rácio combinado do mercado, de 90%.
 
De salientar o negócio de Financiamento ao Consumo, desenvolvido pela empresa Bankinter Consumer Finance, no qual o Banco tem vindo a apostar há alguns trimestres. Entre os principais indicadores destaca-se o crescimento de 49%, em base anual, no número total de Clientes, atingindo os 804 mil no final do semestre, e um volume de crédito concedido na ordem dos 859 milhões de euros, mais 70% que em junho de 2015.
 
No âmbito comercial, destacam-se por tipologia de produtos, os dados de algumas das principais apostas do Banco, como o Crédito Habitação e a Conta Ordenado. Assim, a nova produção de crédito habitação mantém a tendência de crescimento do exercício passado, com um volume de nova produção no segundo trimestre do ano de 648 milhões de euros, face aos 543 milhões de produção realizada no segundo trimestre de 2015. Em relação à carteira de contas ordenado, os saldos atingem os 4.871 milhões de euros, mais 26% que há um ano.
 
Merece também um especial relevo a atividade do Banco na banca online, assim como o processo de transformação digital dos seus Clientes, o qual se vê refletido em dados como os que indicam que 33% dos Clientes utilizam apenas canais digitais, 60% utilizam indistintamente os canais tradicionais e os canais online e apenas 8% utilizam exclusivamente as agências e a banca telefónica.

O sucesso da atividade digital do Banco é percetível também nos resultados alcançados pela plataforma online COINC, que conta já com 98.000 Clientes e um património depositado no valor de 1.150 milhões de euros, mais 48% que no primeiro semestre de 2015.

Principais valores do primeiro semestre de 2016

 

30/06/2016

30/06/2015

Valor

Dif. %

Margem de juros (milhões  €)

463,6

432,2

31,4

7,3

Margem bruta (milhões  €)

835,5

806,8

28,7

3,6

Resultado antes de desvalorização (milhões  €)

406,7

426,3

-19,6

-4,6

Resultado antes de impostos (milhões €)

401,6

278,1

123,6

44,4

Resultado líquido atribuído ao grupo (milhões €)

286

197,3

88,7

45

 

 

 

 

 

Ativos totais (milhões  €)

65.890,6

57.955,5

7.935,1

13,7

Créditos a Clientes (milhões €)

50.238

43.112,2

7.7125,7

16,5

Recursos sob gestão (milhões €)

72.787,3

61.597,8

11.189,6

18,2

Recursos geridos fora do balanço (milhões  €)

22.413,3

20.072,7

2.340,6

11,7

Taxa de incumprimento (%)

4,25

4,43

-0,18 pp

 

Rácio de eficiência (%)*

44,5

43,2

1,30 pp

 

ROE (%)

12,9

10,6

2,4 pp

 

Rácio de capital CET1 (%)

11,4

11,82

-0,05 pp

 

(*) Da atividade bancária, com amortizações.