Bankinter prevê conceder 700 milhões de euros em novo crédito em Portugal ainda este ano

08/04/2016
ankinter prevê conceder 700 milhões de euros em novo crédito em Portugal.
  • A instituição planeia duplicar o seu negócio em Portugal num prazo de três anos e atingir os 10% de quota na Banca Premier e Private, bem como quadruplicar a sua atividade na área de Empresas e multiplicar por sete o negócio de Crédito Habitação.

  • A Conselheira Delegada do Bankinter tenciona reproduzir em Portugal o eficaz modelo de crescimento orgânico do Grupo.

O Bankinter chega a Portugal com planos de crescimento ambiciosos e um compromisso a longo prazo. Tal foi reiterado hoje tanto pela Conselheira Delegada do Banco, María Dolores Dancausa, como pelo Country Manager em Portugal, Carlos Brandão, numa conferência de imprensa que teve lugar em Lisboa. A estratégia apresentada pela instituição tem como objetivo alavancar o crescimento do negócio de retalho do Barclays, cujo controlo efetivo foi assumido no passado dia 1 de Abril, com um firme compromisso no aumento do financiamento a empresas e famílias portuguesas.

Banca Private, Premier e Corporate serão os pilares principais em que vai assentar o forte arranque do banco em Portugal. Trata-se de um plano ambicioso com o qual a instituição pretende, entre 2016 e 2018, duplicar a quota de mercado que atualmente detém em Portugal. No que se refere à Banca Premier e Private, o objetivo fixado é alcançar 10% da quota de mercado até 2018, face aos 6% e 5% que constituem, respetivamente, as bases da carteira de negócios existente. Outro objetivo importante para o Bankinter é quadruplicar a quota no negócio Corporate, alcançando os 4%, e multiplicar por sete o volume do negócio de Crédito Habitação, atingindo uma quota de produção de 7% em três anos.

Para o corrente ano, o Banco pretende conquistar 15.000 novos clientes, conceder 700 milhões de euros em novos créditos, principalmente a empresas e na área do Crédito Habitação, bem como aumentar os recursos de clientes em 900 milhões de euros.

A nível global, o Bankinter tenciona que o negócio em Portugal se converta na principal área territorial do Banco em termos de contributo para o Grupo, tanto a nível de receitas, como de eficiência e rentabilidade. Em concreto, Dancausa colocou como objetivo que o negócio do Bankinter em Portugal venha a representar, num prazo razoável, 15% do total de resultados do Grupo, face aos 8% atuais. Além disso, prevê que a sucursal portuguesa atinja, em 2020, uma rentabilidade superior a 10% sobre o capital investido. 

“Chegámos com um ambicioso plano de crescimento e o compromisso firme de reforçar o financiamento a empresas e famílias portuguesas desde o primeiro momento”, afirmou María Dolores Dancausa, Conselheira Delegada do Bankinter.

Tanto as atividades bancárias como de Seguros de Vida e Fundos de Pensões agora adquiridos ao Barclays – estes últimos geridos pela Bankinter Seguros de Vida em parceria com a Mapfre – “representam uma excelente plataforma para lançar a internacionalização do Banco, aproveitando as enormes oportunidades de crescimento que nos oferece o mercado português”, destacou a CEO do Bankinter. Trata-se que um país que já constava dos planos do Banco há muito tempo, com uma economia que avança rumo à recuperação, com um sistema financeiro que apresenta margens superiores ao sistema espanhol e que se encontra em pleno processo de consolidação e reestruturação.

No que se refere à estratégia da instituição, a Conselheira Delegada tenciona reproduzir o modelo de crescimento já aplicado com sucesso em Espanha. “O Bankinter já demonstrou que consegue evoluir num contexto de crise. Nos últimos cinco anos conseguimos duplicar a concessão de Crédito Habitação, duplicar o património em Banca Private, aumentar em 45% o volume de depósitos dos clientes e incrementar em 29% a carteira de crédito a empresas. Uma história de sucesso de crescimento orgânico que tencionamos reproduzir em Portugal, aproveitando o nosso enorme know-how em Banca Private e Corporate, bem como a nossa liderança em Banca Digital para fazer crescer o negócio no mercado português”, assegurou María Dolores Dancausa.

Por seu lado, Carlos Brandão, Country Manager do Bankinter em Portugal, declarou que “contamos com uma equipa altamente qualificada que fez um enorme esforço para acelerar o processo de integração com o objetivo de causar o mínimo impacto no negócio e no serviço prestado aos clientes portugueses”.

Sobre os objetivos, Carlos Brandão assinalou que “tencionamos vir a ser uma instituição de referência na Banca Private, Premier e Corporate e, para tal, reforçaremos o cross-selling e reativaremos o negócio com as grandes empresas e PMEs. Paralelamente, faremos um grande esforço no sentido de melhorar as nossas taxas de eficiência”.

Quanto ao contributo que o Bankinter pretende trazer a Portugal, há que destacar quatro valores essenciais: a já referida experiência em superar os momentos de crise económica; a forte cultura de controlo dos riscos de crédito que o banco pratica; a constante inovação enquanto pilar de crescimento; e a prática de retenção e promoção de talento profissional que o banco fomenta.
Com o fecho da compra da operação do Barclays, na qual o Bankinter investiu 86 milhões de euros, o banco assume o controlo efetivo de um negócio com uma carteira de crédito no valor de 4.473,2 milhões de euros; 2.507,8 milhões de euros em gestão de ativos fora do balanço; 2.530,8 milhões de euros em depósitos, uma rede de 84 sucursais, um quadro de 930 colaboradores, uma carteira de 173.000 clientes, dos quais 19.400 são empresas. Com a integração deste negócio, a instituição expande a sua capacidade operacional e o seu balanço entre 8% e 27%.
“O impacto desta operação no balanço e resultados do Bankinter, na sua capitalização e liquidez, é muito limitado e é perfeitamente assumível”, assinalou Dancausa, sublinhando que se está a criar valor para os acionistas do Bankinter desde o início da operação.
No caso do negócio em Seguros de Vida e Pensões, o valor fixou-se em 75 milhões de euros, o que significa um Price Earning Ratio de 5,9 vezes.