O Bankinter alcança um lucro recorde de 376 milhões de euros, mais 36,3%, no ano do seu 50º aniversário.

01/03/2016
  • A rentabilidade sobre o capital investido situa-se, no fecho do ano, em máximos do setor, com um ROE de 10,9%.

  • O Bankinter mantém um sólido rácio de capital CET1 fully loaded de 11,6%, entre os mais elevados da banca e muito acima das exigências.

  • O negócio recorrente de clientes continua a ser o setor que mais contribui para as receitas, com crescimentos notáveis em segmentos chave tais como a banca privada, empresas e financiamento ao consumo.

O Grupo Bankinter obtém em 2015 um lucro líquido de 375,9 milhões de euros, e um lucro antes de impostos de 520,3 milhões, o que pressupõe aumentos de 36,3% e de 32,5%, respetivamente, sobre o ano anterior.

  

Trata-se do maior nível de lucros obtidos até agora pelo banco, originados na sua maioria no negócio recorrente de clientes e além disso, no ano em que se festeja o 50º aniversário da fundação da entidade. Igualmente, a rentabilidade sobre o capital investido situa-se em máximos do setor, com um ROE de 10,9%.

  

Paralelamente, o Bankinter mantém a sua tradicional vantagem competitiva em termos de qualidade de ativos e nível de solvência.

  

Assim, o Bankinter reduz a sua taxa de incumprimento pelo sétimo trimestre consecutivo, até a situar em 4,1% em relação aos 4,7% de há um ano, o que vem a ser menos de metade da média do setor, a qual em novembro se situava nos 10,3%. A carteira de ativos imobiliários adjudicados tem, a 31 de dezembro de 2015, um valor bruto de 531,3 milhões de euros, 9,3% menos que um ano atrás e com uma cobertura de 40,1%.

  
No que se refere à solvência, o Bankinter mantém um sólido rácio de capital CET1 fully loaded de 11,6%, entre os mais elevados do setor e muito acima das exigências reguladoras.
  
Do mesmo modo, o banco melhorou a liquidez retalhista, aumentando um ano mais o rácio de depósitos sobre créditos até 83,5% em relação a 78,3% de há um ano; e com um gap de liquidez de 8.500 milhões de euros, menos 2 mil milhões que em 2014. Além disso, os vencimentos de emissões grossistas pendentes até 2019 a enfrentar ascendem a 4.000 milhões de euros, para os quais o banco dispõe de ativos líquidos no valor de 9.100 milhões e uma capacidade de emissão de cédulas no valor de 5.100 milhões.
  
Resistência de todas as margens
  
Os resultados apresentados pelo Grupo Bankinter no fecho de 2015 estão sustentados numa melhoria de todas as margens.
  
Apesar da situação atual de taxas baixas, a margem de juros do Bankinter mostra-se resistente e cresce, no fecho do exercício, 15,1% em relação a 2014, até alcançar os 869,5 milhões de euros, apoiado em maiores volumes e numa redução no custo dos recursos. De notar que a margem de juros deste último trimestre do ano foi superior aos restantes trimestres do ano e também 5,1% superior à do último trimestre de 2014.
  
A margem bruta termina o ano nos 1.568,8 milhões de euros, o que significa 8,3% mais que em 2014, graças, sobre tudo, ao bom comportamento das comissões, que aumentaram no seu montante líquido 6,3% em relação ao ano passado. Isso é resultado do bom andamento dos negócios, tais como a renda variável e a gestão de ativos, apesar da evolução dos mercados no último semestre, com recursos fora de balanço que, para além de crescerem 24,7% em volume, o fazem significativamente a favor dos produtos de maior valor acrescentado ao cliente e, em consequência, de maior retorno para o banco.
  
No que diz respeito à margem antes de provisões, prevê-se, no fecho do ano, 807,8  milhões de euros, mais 10,7% que em 2014, um dado aceitável tendo em conta o crescimento das despesas para enfrentar os custos de implementar novos negócios e otimizar os sistemas tecnológicos. Apesar disso, o rácio de eficiência da atividade bancária com amortizações continuou a melhorar pelo quinto ano consecutivo, até se situar em 43,7 %.
  
Quanto ao balanço do Bankinter, os ativos totais fecham o ano de 2015 com 58.659,8 milhões de euros, 2,3% acima dos números de há um ano.
  
O volume total de crédito a clientes volta a crescer em termos líquidos pelo segundo ano consecutivo, ao contrário do setor no seu conjunto, o que evidencia a firme resposta do banco ao pedido de financiamento por parte de famílias e empresas. Este volume do crédito situa-se nos 44.182,6 milhões de euros, mais 4,1% que há um ano.
   
Os recursos controlados assinalam um crescimento notável, até aos 65.317,5  milhões de euros, 17,8% mais que no fecho de 2014, com especial incidência nos recursos retalhistas, que crescem 14,2%, e os recursos geridos fora de balanço (fundos de investimento, fundos de pensões e gestão patrimonial), que crescem 24,7% em relação ao ano anterior.
  
O negócio de clientes, principal contributo para as receitas
  
Os resultados do exercício 2015 evidenciam a boa evolução do negócio recorrente de clientes, que é o maior contributo para as receitas, com 87%.
  
Esta tendência de crescimento é especialmente significativa nos negócios pelos quais o banco tem apostado nos últimos exercícios, tanto os mais consolidados, como é o caso da Banca Privada ou a de Empresas, como nos outros mais recentemente desenvolvidos: Banca Pessoal e, sobre tudo, Financiamento ao Consumo.
  
Na Banca Privada, o património líquido novo captado no ano foi de 5.500 milhões de euros, até alcançar um volume total de 28.000 milhões de euros, em relação aos 23.100 milhões geridos no ano passado ( 21,2% mais), com um crescimento de 22% no número de clientes ativos. Além disso, no negócio de sicavs, o Bankinter continua a ser um dos atores principais do mercado, com um número total de 461 sociedades no fecho do ano, que supõem 20% mais. Este dado situa o Bankinter  no segundo posto do ranking nacional por número de sociedades, com uma quota de mercado de 13,5%.
  
No que se refere ao segmento de Empresas, o investimento creditício voltou a crescer de novo durante mais um ano, com um saldo  de 19.700 milhões de euros em 31 de dezembro de 2015, o que significa mais 5,6% mais que há um ano. Por seu lado, o crescimento em clientes ativos do segmento foi de 6,9%, exatamente o mesmo: 5.700 empresas ativas novas no ano.
  
No negócio de seguros, a Linea Directa consolida o crescimento em prémios e em apólices, mantendo a alta rentabilidade do negócio, com um ROE de 29,8%, e com o melhor rácio combinado do mercado, de 86,7%. O número total de apólices ascende, no fecho do ano, a um total de 2,37 milhões, mais 6,4% que há um ano, destacando-se mais um trimestre com o crescimento em seguros de lar: em mais 18%.
  
Outro dos negócios que o Bankinter considera estratégico é o do Financiamento ao Consumo, articulado através da filial Bankinter Consumer Finance, a qual desenvolveu em 2015 um exercício brilhante. Assim, o valor de Investimento em consumo ascende no final de ano a um volume de 719 milhões de euros, 71% mais que em 2014. No que se refere à captação de novas contas, o aumento comparativo ano a ano foi de 121%, chegando até às 190.000 contas.
  
No âmbito comercial, cabe destacar a boa evolução de alguns produtos financeiros pelos quais o banco tem vindo a apostar nos últimos anos e que geram um maior vínculo com o cliente, tais como os créditos hipotecários e a conta-ordenado. Assim, a nova produção hipotecária experimenta, em linha com o ano anterior, um crescimento muito importante, com um volume de nova produção no ano por valor de 1.857 milhões de euros, 18,4% mais em relação a 2014. Segundo dados do INE referentes a outubro de 2015, o Bankinter conta com uma quota de mercado de 7% da nova produção de créditos hipotecários.
  
E quanto à carteira de contas-ordenado, o saldo líquido atinge os 4.199 milhões de euros no fecho de 2015, mais 22,5% que há 12 meses.
  
Por último, é significativo o volume de património depositado na plataforma on-line COINC, uma das principais apostas da entidade em banca digital a qual, depois de três anos de funcionamento, supera já os 1.000 milhões de euros (47% mais que em 2014) com um total de 84.000 clientes.

 

PRINCIPALES MAGNITUDES EJERCICIO 2015

Datos 31/12/2015 31/12/2014 Importe Dif. %
Margem de juros (milhões  €) 869,5 755,4 114,1 15,1
Margem bruta (milhões  €) 1.568,8 1.448,8 120 8,3
Resultado antes de desvalorização(milhões  €) 807,8 729,6 78,2 10,7
Resultado antes de impostos (milhões €) 520,3 392,8 127,5 32,5
Resultado líquido atribuído ao grupo(milhões €) 375,9 275,9 100 36,3
Ativos totais (milhões  €) 58.659,8 57.333 1.326,8 2,3
Créditos sobre clientes (milhões €) 44.182,6 42.446,7 1.735,9 4,1
Recursos controlados (milhões €) 65.317,5 55.449,4 9.868,1 17,8
Recursos geridos fora do balanço(milhões  €) 21.003,1 16.844 4.159,1 24,7
Taxa de incumprimento (%) 4,13 4,72 -0,59 p.p. -12,50
Rácio de eficiência (%)1 43,7 44,5 -0,80 p.p.  
ROE (%) 10,91 8,31 2,60 p.p. 31,29
Rácio de capital CET1(%) 11,77 11,87 -0,09 p.p. -0,79

(1) Da atividade bancária com amortizações.